MCCE denuncia esquema de licenças para livrar Lutero
O Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral em Mato Grosso, o MCCE, está chamando a sociedade de Cuiabá a uma vigília cívica permanente para evitar que haja êxito na manobra que estaria sendo engendrada pela Câmara Municipal de Cuiabá para livrar o ex-presidente e atual vereador Lutero Ponce de Arruda (PMDB) de sanções por fraudes e desvios de recursos. “Há uma silenciosa manobra urdida no seio da Comissão Processante para dar “passe livre”a Lutero”- diz o coordenador do MCCE, Antônio Cavalcante Filho, o “Ceará”. Os desvios, segundo a Polícia, teriam chegado a casa de R$ 7 milhões em dois anos.
Um dos aspectos da manobra, segundo o ativista político, estaria no troca-troca de vereadores - alguns pedindo afastamento por doença “para dar lugar a suplentes dóceis, comprometidos com o voto a favor da corrupção”. O dirigente do MCCE evitou declinar nomes, mas pediu que a sociedade esteja vigilante. Atualmente, a CP aberta em meados do ano para investigar Lutero é composta pelos vereadores Lueci Ramos (PSDB), Lúdio Cabral (PT) e Francisco Vuolo (PR).
O MCCE alega ainda a existência da chamada “defesa técnica” do vereador Lutero, que vem atrasando deliberadamente os trabalhos. A Comissão Processante, segundo o ativista, ainda não se deu conta de que está sendo inadvertidamente induzida a inocentar o vereador, por decurso de prazo. Isso acontece na hipótese de que as investigações superem o tempo de 90 dias: o processo vai automaticamente ao arquivo. “Não é uma absolvição, é arquivamento sem decisão” - explica Ceará.
Ceará afirma que a vigilância é fundamental. Ele lembra que o cidadão pode até não querer, mas paga todo ano R$ 114,00 para manter os vereadores cuiabanos. “Eles sempre foram hábeis para usar, sem controle e justificativas, o suado dinheiro público”- critica.
De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, pelo menos R$ 7 milhões foram desviados dos cofres públicos de Cuiabá na gestão de Ponce de Arruda. Antes dele, o Poder Legislativo teria sofrido um desfalque na ordem de R$ 6,6 milhões, período em que a atual deputada estadual Chica Nunes (DEM) era presidente. Chica Nunes é hoje vice-presidente da CPI que investiga os investimentos na saúde pública de Cuiabá.
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