Serys e Abicalil racham PT por causa da briga pelo Senado
Se depender das pesquisas de intenção de voto, Abicalil apresenta maior chance. Deputado de segundo mandato, ele detém maior capilaridade, visibilidade eleitoral e poder de articulação junto aos demais partidos em busca de composições. Serys, por sua vez, não quer nem saber. Ex-deputada estadual e senadora desde 2003, ela entende que "faz bom trabalho" e que sua candidatura à reeleição deveria ser confirmada automaticamente pelo PT em convenção. Quatro concorrem à presidência do diretório da capital, que tem cerca de 5,2 mil filiados. O candidato de Abicalil, que pertence a tendência Unidade na Luta, é Cido Mendonça, assessor do deputado estadual Alexandre Cesar, outro forte aliado de Abicalil. Já Serys aposta na reeleição do professor Vilson Aguiar, que está completando os dois anos de mandato. Ainda estão no páreo, mas sem a mínima chance de vitória, o engenheiro Urbano Reis, o Índio, da corrente Utopia e Vida, e Robson Cireia, do grupo O Trabalho.
Por conta dessa briga entre Serys e Abicalil pela candidatura ao Senado, a eleição pelo diretório de Cuiabá deve se tornar a mais cara da história do partido. O grupo do presidente regional "joga pesado". Montou até estrutura para contato telefônico e pesquisas internas para cooptar eleitores e medir o grau de satisfação da candidatura. Há ainda carros de som nos bairros. Já os aliados de Serys usam a estrutura do diretório municipal para pedir voto. Cada filiado, em poder de uma cédula, tem direito a seis votos, sendo eles para presidentes nacional, estadual e municipal. Depois, vota para as chapas dos diretórios nacional, estadual e municipal, que são compostas pela proporcionalidade.
Como em todo o Estado o PT conta com cerca de 23 mil filiados, os de Cuiabá representam quase 25%. É esse universo de eleitores que mais interessa a Serys e a Abicalil por causa da definição dos delegados estaduais que serão eleitos dentro da proporcionalidade e que vão decidir quem, afinal, serão os candidatos majoritários e proporcionais do partido no pleito de 2010.
Em quase três décadas de existência, a agremiação petista que vive desgaste devido ao envolvimento de muitos filiados em escândalos nunca conquistou o governo estadual. Concorreu em vários pleitos. Em 98, tentou com o próprio Abicalil. Depois, o partido testou, sem êxito, Alexandre Cesar, em 2002, e Serys, em 2006. Passou, então, a virar governista. Hoje é blairista de carteirinha, com direito a comandar a pasta da Educação com o deputado licenciado Ságuas Moraes.
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