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Agronegócios
Sexta - 06 de Novembro de 2009 às 03:37
Por: Marcondes Maciel

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Mato Grosso, apesar de todas as dificuldades de crédito, logística e endividamento, caminha para sua maior safra

Parece que não existem limites à dedicação do sojicultor mato-grossense. Mesmo sob todas as adversidades conjunturais, como a queda do dólar, e das regionais, falta de logística, restrição de crédito e endividamento, o Estado está caminhando para romper a série histórica da produção de soja no país e confirmar, a sua maior safra, ao contabilizar mais de 18 milhões de toneladas na temporada 09/10.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou ontem o segundo levantamento da safra 09/10, confirmando recorde que o Diário havia antecipado na edição de ontem, por meio de análise do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso.

De acordo com a Conab, a área de soja deverá ser ampliada entre 1,5% a 3%, passando de 5,82 milhões de hectares semeados na safra 08/09, para uma extensão entre 5,91 milhões de hectares a 6 milhões de hectares. Já a produção, que foi de 17,96 milhões de toneladas na safra passada, poderá chegar a 18,17 milhões de toneladas - incremento de 1,2% - mesmo com a produtividade recuando de 3.082 quilos (51,36 sacas) por hectare para 3.027 Kg/hectare (50,45 sacas).

A previsão recordista para produção da oleaginosa não é capaz de manter Mato Grosso, por mais uma safra, com o título de maior produtor brasileiro de grãos, como o obtido na safra 08/09, quando o Estado ultrapassou o Paraná, ao colher 28,28 milhões de toneladas. Para este ciclo, a Conab prevê produção de 27,48 milhões t, volume que se confirmado, poderá implicar num recuo de até 4,2% em relação ao ciclo passado. Desde o primeiro levantamento da nova safra, divulgado em outubro, a Companhia já projeta a liderança paranaense.

O avanço de 131 mil hectares (ha) na cultura da soja se dá em detrimento da perda de espaço para as culturas do milho segunda safra e do algodão, que segundo a Conab, serão 13,2% e 17,7% inferiores, respectivamente. A perda do título de maior produtor do país, pode ser justificada em razão destes recuos, como também, de projeções de produtividade ligeiramente reduzidas.

REPERCUSSÃO - O diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, atribui o bom desempenho da cultura da soja nesta safra à migração do plantio de algodão para o cultivo da oleaginosa, e à estabilidade do clima prevista para os próximos três meses, o que deverá beneficiar a semeadura das lavouras em todo o Estado.

No levantamento divulgado ontem pela Cohab, o grande destaque permanece com Mato Grosso, que lidera o ranking da produção nacional de soja, seguido do Paraná – com produção prevista entre 12,78 e 13,02 milhões de toneladas - e do Rio Grande do Sul, onde a pesquisa indica uma produção entre 8,19 e 8,35 milhões de toneladas.

A área a ser cultivada com soja na nova safra em todo o país, está estimada entre 22,35 e 22,75 milhões de hectares, ou seja, um crescimento de 2,9% até 4,7%, correspondendo a um aumento entre 626,1 mil hectares e 1,02 milhão de hectares, passando a ser a segunda maior área cultivada historicamante com a oleaginosa no país.

A produção nacional, estimada entre 62,5 e 63,6 milhões de toneladas, representa um acréscimo entre 9,5% e 11,4%, ou em toneladas, algo entre 5,41 e 6,51 milhões t.

ESTADO - A semeadura da soja, iniciada oficialmente a partir do dia 16 de setembro de 2009, no Estado, deverá ser finalizada até o final de dezembro, obedecendo ao calendário de recomendação técnica, após dois anos seguidos de atrasos. A antecipação das chuvas, nas principais regiões produtoras, proporcionou a antecipação do plantio, sobretudo na região Centro- Oeste do país, situação que permitirá a colheita no início do mês de janeiro, possibilitando o plantio da segunda safra do milho em época ideal. De acordo com o boletim semanal do Imea, mais de 51% da área prevista para esta temporada já estavam semeados até o final de outubro. (Colaborou Marianna Peres)





Fonte: Diário de Cuiabá

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