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Politica Brasil
Terça - 03 de Novembro de 2009 às 14:03

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O empreiteiro, ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio e Turismo do governo Dante de Oliveira (1995/2002) e suplente de deputado Carlos Avalone (PSDB) adotou uma estratégia que, em termo de concorrência pública, "não tem pra ninguém". Avalone é sócio com os irmãos Marcelo e Marcos Avalone da construtura Três Irmãos, que passou a apresentar proposta com até 30% menor do preço-base do edital na disputa por obras de drenagem e pavimentação asfáltica. Na linguagem de empreiteiros, a Três Irmãos, que possui vários contratos para execução de obras do governo estadual e de algumas prefeituras, entre elas as de Cuiabá e de Várzea Grande, está "mergulhando no preço", algo considerado preocupante porque há risco de prejudicar o andamento das obras.

Gestores estudam forma jurídica de rescindir contratos e impedir a Três Irmãos de participar de licitações porque tanto a empresa quanto os sócios estão com bens bloqueados

Geralmente, as empresas, na concorrência pública, apresentam propostas no máximo com 10% menor do preço que já vem no edital. Quando se chega a 30%, há dois riscos. Primeiro, de não aguentar financeiramente tocar o projeto e vir a abandoná-lo, principalmente se não tiver boa relação com órgão, que se vê obrigado a chamar para execução dos serviços a segunda colocada no processo licitatório, cuja proposta apresenta valor maior. Segundo, se a empresa tem boa relação com a secretaria ou órgão que encomendou os serviços, acaba forçando a assinatura de aditivos, elevando o preço até a 25%.

No caso da Três Irmãos e de seus sócios, há um outro agravante. Está envolvida em denúncias de fraudes nas licitações das obras do PAC em Cuiabá e Várzea Grande, que resultou, inclusive, na prisão dos irmãos Carlos e Marcelo Avalone. Ficaram na cadeia por uma semana junto com outros 9 incriminados. São empresários, políticos, advogados e servidores públicos que tiveram nomes vinculados ao esquema milionário, um escândalo nacional.

Alguns gestores estão buscando no departamento jurídico uma forma de rescindir contratos e proibir a Três Irmãos de participar das licitações, sob argumento de que pode colocar em risco a execução dos projetos, já que as contas da empresa e dos sócios estão bloqueadas. No fundo, há temor das obras ficarem empacadas, trazendo prejuízo às administrações públicas e, para piorar, dos gestores com contratos junto à empreiteira de entrarem também no imbróglio jurídico.





Fonte: RD News

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