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Politica Brasil
Segunda - 02 de Novembro de 2009 às 12:52
Por: Juliana Scardua

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Capacidade do governador pode ser colocada em teste na eleição do próximo na disputa ao governo

De um desconhecido das camadas populares a um governador que chega à reta final de seu segundo mandato, as eleições de 2010 prometem despontar como a grande ‘prova real’ do poderio político de Blairo Maggi (PR). Em meio às articulações em curso do cenário político do próximo pleito, uma pergunta paira nos bastidores: “Até onde vai a capacidade de Maggi de transferir votos e ‘fazer’ seu sucessor?”.

Diante dessa pergunta, o Diário ouviu políticos e analistas que, sob diferentes prismas, representam na essência papéis e percepções políticas distintas. Mas, para surpresa, uma observação em particular sintoniza todas as avaliações. Embora todos reconheçam o peso político de Maggi, a opinião comum é a de que o fenômeno da transferência de votos é algo bastante relativo, mais um mito que algo líquido e certo numa eleição.

Essa é análise feita, por exemplo, pelo comunicador e ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB), aguerrido opositor de Maggi. “A transferência de votos existe, mas tem limites. O eleitor analisa quem é o candidato e não ‘quem é o dono do voto’. Antes de tudo, é preciso ter a percepção do que o eleitor quer”.

O tucano reconhece que pontos positivos contabilizados pela gestão de Maggi – “principalmente nas áreas de transporte e habitação”, como observa – podem fazer com que parte dos votos do eleitorado do atual governador ‘fluam’ para o candidato que o republicano apoiar – no cenário atual, o vice Silval Barbosa (PMDB). “Mas a questão é mais ampla. O eleitor analisa quem tem mais experiência, currículo, condições, relações políticas. Ou seja, quem tem mais condições, agora, de assumir o governo”, pondera o ex-senador, que disputou – e perdeu – duas eleições contra Maggi.

Para outro político também bastante conhecido na cena pública, o deputado estadual José Riva (PP), o processo de transferência de votos nunca deve ser considerado algo cartesianamente viável. O veterano, reconhecido pelo poder de articulações políticas, é apontado nas análises nos bastidores como o fiel da balança no processo eleitoral de 2010.

“O maior transferidor de votos de Mato Grosso hoje é, sem dúvida, Blairo Maggi. Pedir voto para si é uma coisa. Será em 2010 o primeiro teste concreto dessa capacidade dele. Mas tudo depende de quem é o candidato”, adverte José Riva. Ele destaca que, na cabeça do eleitor, sobressai a escolha pessoal nas urnas. “Por mais que goste do político, a opção é pessoal, embora, é lógico, um contingente acabe seguindo o voto”.

Para exemplificar a tese, Riva relembra uma passagem peculiar. “Certa vez, pedi para a empregada lá de casa que votasse num determinado político. Ela disse: ‘Ah, logo nesse?!”, brinca Riva, sem revelar o candidato em questão.





Fonte: Diário de Cuiabá

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