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Preservação da Amazônia depende de orçamentos robustos, diz pesquisa
A substituição do modelo de exploração predatória pelo crescimento com sustentabilidade na Amazônia depende de orçamentos robustos e da superação de antigos modelos de ocupação e desenvolvimento na região. A avaliação é do pesquisador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo, defendida durante reunião do Fórum Amazônia Sustentável.
Após décadas de ocupação e exploração desordenada, que resultaram em 18% a menos de vegetação original, Veríssimo considera o modelo esgotado, o que abre oportunidades para novas dinâmicas econômicas com mais sustentabilidade.
"Esse modelo baseado na pecuária extensiva, no crédito barato, na economia predatória de madeira, está esgotado", afirma o pesquisador. Um estudo do Imazon, que será lançado até dezembro, mostra o declínio da indústria madeireira na região, afirma Veríssimo."Porém, a transição para uma economia de baixo carbono não vai ocorrer com orçamento de varejo. E não há modelos a copiar", avalia. Segundo o pesquisador, mesmo com os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o orçamento para a Amazônia ainda é muito pequeno.
Veríssimo citou o caso de Tailândia, no interior do Pará, onde em 2008 agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram ameaçados pela população local após operação que fechou serrarias ilegais. "Depois da ação do Ibama, que foi correta, restou prostituição, violência. O Estado não colocou nada no lugar, não foi capaz de montar uma dinâmica alternativa à falência do município", avalia.
Prefeito de um dos municípios campeões de desmatamento na Amazônia - Paragominas, também no Pará -, Adnan Demachki diz que a propaganda do governo federal na década de 1970 incentivou o desmatamento. De acordo com Demachki, o lema "Terra sem Homens para Homens sem Terra", adotado na época para atrair brasileiros à floresta, embutiu nos que chegavam a ideia de que era preciso desmatar para garantir a posse. Em Paragominas, por exemplo, metade da floresta nativa já foi derrubada.
Para reverter a devastação, o município fez parcerias com organizações ambientalistas, passou a monitorar o desmatamento por satélite e agora quer investir na industrialização para agregar valor aos produtos da floresta.
"Não podemos depender de Brasília, vamos avançar a partir da sociedade local. Foi assim em outras áreas, como saúde e educação, que melhoraram após a municipalização. Deve-se envolver a sociedade local. Não é considerando os municípios como inimigos que se vamos resolver os problemas ambientais", comparou.
Demachki faz coro com outras lideranças de governos e da sociedade civil de Estados da Amazônia, que apostam no pagamento por serviços ambientais para que a floresta tenha mais valor enquanto preservada. A aposta dos governantes está principalmente no mecanismo de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD, na sigla em inglês), uma das palavras chaves da negociação do novo acordo climático global que ampliará o Protocolo de Kyoto.
Após décadas de ocupação e exploração desordenada, que resultaram em 18% a menos de vegetação original, Veríssimo considera o modelo esgotado, o que abre oportunidades para novas dinâmicas econômicas com mais sustentabilidade.
"Esse modelo baseado na pecuária extensiva, no crédito barato, na economia predatória de madeira, está esgotado", afirma o pesquisador. Um estudo do Imazon, que será lançado até dezembro, mostra o declínio da indústria madeireira na região, afirma Veríssimo."Porém, a transição para uma economia de baixo carbono não vai ocorrer com orçamento de varejo. E não há modelos a copiar", avalia. Segundo o pesquisador, mesmo com os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o orçamento para a Amazônia ainda é muito pequeno.
Veríssimo citou o caso de Tailândia, no interior do Pará, onde em 2008 agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram ameaçados pela população local após operação que fechou serrarias ilegais. "Depois da ação do Ibama, que foi correta, restou prostituição, violência. O Estado não colocou nada no lugar, não foi capaz de montar uma dinâmica alternativa à falência do município", avalia.
Prefeito de um dos municípios campeões de desmatamento na Amazônia - Paragominas, também no Pará -, Adnan Demachki diz que a propaganda do governo federal na década de 1970 incentivou o desmatamento. De acordo com Demachki, o lema "Terra sem Homens para Homens sem Terra", adotado na época para atrair brasileiros à floresta, embutiu nos que chegavam a ideia de que era preciso desmatar para garantir a posse. Em Paragominas, por exemplo, metade da floresta nativa já foi derrubada.
Para reverter a devastação, o município fez parcerias com organizações ambientalistas, passou a monitorar o desmatamento por satélite e agora quer investir na industrialização para agregar valor aos produtos da floresta.
"Não podemos depender de Brasília, vamos avançar a partir da sociedade local. Foi assim em outras áreas, como saúde e educação, que melhoraram após a municipalização. Deve-se envolver a sociedade local. Não é considerando os municípios como inimigos que se vamos resolver os problemas ambientais", comparou.
Demachki faz coro com outras lideranças de governos e da sociedade civil de Estados da Amazônia, que apostam no pagamento por serviços ambientais para que a floresta tenha mais valor enquanto preservada. A aposta dos governantes está principalmente no mecanismo de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD, na sigla em inglês), uma das palavras chaves da negociação do novo acordo climático global que ampliará o Protocolo de Kyoto.
Fonte:
Agência Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/152054/visualizar/
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