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Asfalto reforça a esperança de desenvolvimento em MT
O governador Blairo Maggi (PR) pretende encerrar o segundo mandato com a entrega de 4 mil quilômetros de asfalto. O número é mais que o dobro do que Mato Grosso alcançou em toda sua história, 1.940 km. No último fim de semana, Maggi entregou 400 km na região dos municípios de Juína e Sapezal, nas MTs 170 e 235, totalizando até agora 3 mil de rodovias asfaltadas no Estado.
O governador avalia que Mato Grosso ainda tem mais de 22 mil km de estradas de chão e este deverá ser o desafio do próximo governante. "Nós precisamos ainda de no mínimo 3 mil km de estradas para fazer a ligação entre todos os municípios pelo menos por via asfaltada. Então, o próximo governador ainda terá muito trabalho para tirar o estado de Mato Grosso do ponto crítico. Ainda estamos arranhando nesta questão", afirmou Maggi durante inauguração de obras em Sapezal.
Maggi deve deixar o governo até abril de 2010 para dedicar-se a campanha para Senado, dando espaço para o vice Silval Barbosa (PMDB) mostrar trabalho no cargo, diante do objetivo de disputar o governo no mesmo pleito. O peemedebista já avisou que vai manter a linha de atuação do republicano por estar "comprovada a satisfação da população".
As inaugurações de obras e lançamento do asfalto mobilizaram diversos setores, entre eles empresários, comerciantes e políticos, que aproveitaram para se aproximar da população que ficou feliz com a chegada do desenvolvimento e a oportunidade de reduzir as distâncias. Os discursos de quem já sofreu muitas horas em atoleiros foram explorados nos palanques de inaugurações, onde faltou espaço para tantas autoridades.
Para Maggi, o asfalto significa a "liberdade de ir e vir para este povo, que antes quando saia de casa sabia apenas o horário da partida e não o da chegada. A presença da comitiva nestes municípios fez a população parar para aplaudir, comemorando o resultado de uma luta de mais de 20 anos."
Inauguração - São 342 km na MT-170, no trecho entre Campo Novo dos Parecis, Brasnorte e Juína e 60,8 km na MT-235, entre Campo Novo dos Parecis e Sapezal. Ao chegar em Juína, Maggi fez questão de mostrar que o colarinho da camisa branca continuava limpo, diferente do que aconteceu em 2004, quando realizou um estradeiro na região e o carro em que ficou atolado na lama. Desta vez, o governador fez questão de enfrentar a estrada no veículo oficial número 001 do Estado e dirigiu todo o trecho. O trajeto, que antes era vencido com cerca de 16 horas com tempo bom e sem lama, foi feito em menos de 10, considerando as diversas paradas da comitiva para a inauguração de obras.
Opiniões - Para muitos, o asfalto significa o fim do isolamento e oportunidade de crescimento. Para o comerciante de Brasnorte Eduardo Camuzato, 34, é sinal de aumento no movimento de clientes no posto de combustível onde funciona o seu pequeno mercado, facilidade de abastecimento de mercadorias, com preços mais baixos em razão da redução do frete.
A história da moradora de Brasnorte, Valmi Petry, é comovente. A filha dela nasceu com hemangiona na face, uma doença vascular que provoca manchas vermelhas na pele, podendo variar a gravidade dos efeitos ao longo dos anos. Foram 22 cirurgias na face, realizadas em São Paulo. Todos os meses mãe e filha tinham que sair de Brasnorte até Cuiabá, pegar um avião, às vezes ônibus rumo a capital paulista em busca de atendimento médico. A estrada de chão foi um sofrimento aliado à falta de de condições financeiras para custear o tratamento. Era preciso ter força para enfrentar os atoleiros e torcer para não perder a consulta. Segundo ela, um especialista avisou que o não comparecimento de uma única consulta resultaria no rompimento do tratamento e, por isso, para cumprir os prazos, saía de casa com quase uma semana de antecedência.
Comércio - A pavimentação de malha viária gera expectativas comerciais. O Chapadão dos Parecis, como é conhecida a região que vai de Sapezal e Campo Novo até Nova Mutum e Sorriso, produz por ano de 10 a 12 toneladas por hectare de grãos, mas Maggi ressalta que é um dos lugares mais distantes dos portos. "Temos aqui um milho muito barato, um farelo de soja muito barato e algodão muito barato, que se você fizer a integração e a valorização disso para transformar esses produtos numa coisa de valor agregado maior o preço do frete do produto final diminui e acho que é uma grande vantagem que nós vamos ter no futuro".
Um dos pioneiros do município de Sapezal, o ex-prefeito Aldir Schneider, diz que desde que a cidade foi fundada, em 1997 pelo pai do governador, André Maggi, empresários tentavam abrir a estrada "a força", mas eram impedidos por falta de licença ambiental. Ele foi vice de André Maggi nos dois primeiros anos do município, numa época em que a folha de pagamento da Prefeitura e da Câmara Municipal de Vereadores era zero, já que ninguém tinha salário, e na gestão seguinte assumiu o cargo de prefeito.
Segundo Schneider, o desenvolvimento da região esbarrava na falta de logística, mas ele acredita que a cidade sofrerá um boom de investimentos a partir de agora, com a concretização dos projetos elaborados há anos, mas que não podiam sair do papel. "Esta é a última fronteira industrial que o Brasil tem. Eu imagino que vamos alcançar Sorriso e Lucas do Rio Verde", avalia, ressaltando que os pontos fortes da região são a soja, a criação de frangos, suínos e a cana-de-açúcar.
Indígenas - O trecho de 60,8 km entre Sapezal e Campo Novo dos Parecis na MT-235, atravessa duas aldeias indígenas no território Utiariti e passou por um delicado processo para obter licenciamento ambiental. O cacique João Arrezoamae, o João Garimpeiro, que aos 99 anos empresta o nome à estrada que até hoje era conhecida como Rodovia do Índio, diz que o asfalto sempre foi muito esperado pelos índios, embora houvesse o receio do aumento populacional e as consequências geradas por isso.
Desde 1982 os índios cobram pedágio para subsistência, já que são impedidos de plantar devido a preservação da área indígena. Por mês, eles arrecadam cerca de R$ 50 mil, dinheiro que atualmente é dividido entre as 64 aldeias existentes na região de Parecis e Utiaritis. Com a pavimentação, virá também a cobrança eletrônica, já que hoje os índios fazem revezamento na beira da rodovia, em barracas improvisadas ao lado de mulheres e crianças. Motos pagam R$ 10, carros e caminhonetes R$ 20 e carretas e ônibus R$ 30. Com a mudança, o dinheiro arrecadado deverá ser administrado pelo governo federal e os índios temem que o repasse não seja feito de forma satisfatória. Ao passar por ali, nem o governador Blairo Maggi e a comitiva foram dispensados da cobrança. "Ninguém aqui se recusa a pagar, todo mundo entende que os índios são merecedores e o dinheiro ajuda muito as comunidades indígenas. Então, pra mim é natural e eu fui um dos defensores do pedágio há 20 anos e isso não é uma discussão que passa pelos brancos".
Os investimentos de asfalto na MT-170, entre Campo Novo, Brasnorte e Juína foram de mais de R$ 140 milhões e na MT-235 foram de aproximadamente R$ 40 milhões. Os lançamentos foram encerrados com 2 show da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. Para dezembro, está prevista a inauguração de outros 40 km na MT-170, até Ribeirão Castanheira, evento que vai contar o show da dupla Chitãozinho e Xororó.
Comitiva - Na viagem de lançamento de asfalto acompanharam o governador Blairo Maggi os ex-governadores Jaime Campos (DEM), hoje senador licenciado, Júlio Campos (DEM) e Carlos Bezerra (PMDB), hoje deputado federal. Em Juína, Júlio Campos disse que a estrada foi aberta por ele há 25 anos, mas que a grande dificuldade era vencer a floresta fechada. "Não quero aqui discutir quem fez ou quem não fez. Cada governante faz o que é possível no seu tempo", ponderou Maggi.
O governador avalia que Mato Grosso ainda tem mais de 22 mil km de estradas de chão e este deverá ser o desafio do próximo governante. "Nós precisamos ainda de no mínimo 3 mil km de estradas para fazer a ligação entre todos os municípios pelo menos por via asfaltada. Então, o próximo governador ainda terá muito trabalho para tirar o estado de Mato Grosso do ponto crítico. Ainda estamos arranhando nesta questão", afirmou Maggi durante inauguração de obras em Sapezal.
Maggi deve deixar o governo até abril de 2010 para dedicar-se a campanha para Senado, dando espaço para o vice Silval Barbosa (PMDB) mostrar trabalho no cargo, diante do objetivo de disputar o governo no mesmo pleito. O peemedebista já avisou que vai manter a linha de atuação do republicano por estar "comprovada a satisfação da população".
As inaugurações de obras e lançamento do asfalto mobilizaram diversos setores, entre eles empresários, comerciantes e políticos, que aproveitaram para se aproximar da população que ficou feliz com a chegada do desenvolvimento e a oportunidade de reduzir as distâncias. Os discursos de quem já sofreu muitas horas em atoleiros foram explorados nos palanques de inaugurações, onde faltou espaço para tantas autoridades.
Para Maggi, o asfalto significa a "liberdade de ir e vir para este povo, que antes quando saia de casa sabia apenas o horário da partida e não o da chegada. A presença da comitiva nestes municípios fez a população parar para aplaudir, comemorando o resultado de uma luta de mais de 20 anos."
Inauguração - São 342 km na MT-170, no trecho entre Campo Novo dos Parecis, Brasnorte e Juína e 60,8 km na MT-235, entre Campo Novo dos Parecis e Sapezal. Ao chegar em Juína, Maggi fez questão de mostrar que o colarinho da camisa branca continuava limpo, diferente do que aconteceu em 2004, quando realizou um estradeiro na região e o carro em que ficou atolado na lama. Desta vez, o governador fez questão de enfrentar a estrada no veículo oficial número 001 do Estado e dirigiu todo o trecho. O trajeto, que antes era vencido com cerca de 16 horas com tempo bom e sem lama, foi feito em menos de 10, considerando as diversas paradas da comitiva para a inauguração de obras.
Opiniões - Para muitos, o asfalto significa o fim do isolamento e oportunidade de crescimento. Para o comerciante de Brasnorte Eduardo Camuzato, 34, é sinal de aumento no movimento de clientes no posto de combustível onde funciona o seu pequeno mercado, facilidade de abastecimento de mercadorias, com preços mais baixos em razão da redução do frete.
A história da moradora de Brasnorte, Valmi Petry, é comovente. A filha dela nasceu com hemangiona na face, uma doença vascular que provoca manchas vermelhas na pele, podendo variar a gravidade dos efeitos ao longo dos anos. Foram 22 cirurgias na face, realizadas em São Paulo. Todos os meses mãe e filha tinham que sair de Brasnorte até Cuiabá, pegar um avião, às vezes ônibus rumo a capital paulista em busca de atendimento médico. A estrada de chão foi um sofrimento aliado à falta de de condições financeiras para custear o tratamento. Era preciso ter força para enfrentar os atoleiros e torcer para não perder a consulta. Segundo ela, um especialista avisou que o não comparecimento de uma única consulta resultaria no rompimento do tratamento e, por isso, para cumprir os prazos, saía de casa com quase uma semana de antecedência.
Comércio - A pavimentação de malha viária gera expectativas comerciais. O Chapadão dos Parecis, como é conhecida a região que vai de Sapezal e Campo Novo até Nova Mutum e Sorriso, produz por ano de 10 a 12 toneladas por hectare de grãos, mas Maggi ressalta que é um dos lugares mais distantes dos portos. "Temos aqui um milho muito barato, um farelo de soja muito barato e algodão muito barato, que se você fizer a integração e a valorização disso para transformar esses produtos numa coisa de valor agregado maior o preço do frete do produto final diminui e acho que é uma grande vantagem que nós vamos ter no futuro".
Um dos pioneiros do município de Sapezal, o ex-prefeito Aldir Schneider, diz que desde que a cidade foi fundada, em 1997 pelo pai do governador, André Maggi, empresários tentavam abrir a estrada "a força", mas eram impedidos por falta de licença ambiental. Ele foi vice de André Maggi nos dois primeiros anos do município, numa época em que a folha de pagamento da Prefeitura e da Câmara Municipal de Vereadores era zero, já que ninguém tinha salário, e na gestão seguinte assumiu o cargo de prefeito.
Segundo Schneider, o desenvolvimento da região esbarrava na falta de logística, mas ele acredita que a cidade sofrerá um boom de investimentos a partir de agora, com a concretização dos projetos elaborados há anos, mas que não podiam sair do papel. "Esta é a última fronteira industrial que o Brasil tem. Eu imagino que vamos alcançar Sorriso e Lucas do Rio Verde", avalia, ressaltando que os pontos fortes da região são a soja, a criação de frangos, suínos e a cana-de-açúcar.
Indígenas - O trecho de 60,8 km entre Sapezal e Campo Novo dos Parecis na MT-235, atravessa duas aldeias indígenas no território Utiariti e passou por um delicado processo para obter licenciamento ambiental. O cacique João Arrezoamae, o João Garimpeiro, que aos 99 anos empresta o nome à estrada que até hoje era conhecida como Rodovia do Índio, diz que o asfalto sempre foi muito esperado pelos índios, embora houvesse o receio do aumento populacional e as consequências geradas por isso.
Desde 1982 os índios cobram pedágio para subsistência, já que são impedidos de plantar devido a preservação da área indígena. Por mês, eles arrecadam cerca de R$ 50 mil, dinheiro que atualmente é dividido entre as 64 aldeias existentes na região de Parecis e Utiaritis. Com a pavimentação, virá também a cobrança eletrônica, já que hoje os índios fazem revezamento na beira da rodovia, em barracas improvisadas ao lado de mulheres e crianças. Motos pagam R$ 10, carros e caminhonetes R$ 20 e carretas e ônibus R$ 30. Com a mudança, o dinheiro arrecadado deverá ser administrado pelo governo federal e os índios temem que o repasse não seja feito de forma satisfatória. Ao passar por ali, nem o governador Blairo Maggi e a comitiva foram dispensados da cobrança. "Ninguém aqui se recusa a pagar, todo mundo entende que os índios são merecedores e o dinheiro ajuda muito as comunidades indígenas. Então, pra mim é natural e eu fui um dos defensores do pedágio há 20 anos e isso não é uma discussão que passa pelos brancos".
Os investimentos de asfalto na MT-170, entre Campo Novo, Brasnorte e Juína foram de mais de R$ 140 milhões e na MT-235 foram de aproximadamente R$ 40 milhões. Os lançamentos foram encerrados com 2 show da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. Para dezembro, está prevista a inauguração de outros 40 km na MT-170, até Ribeirão Castanheira, evento que vai contar o show da dupla Chitãozinho e Xororó.
Comitiva - Na viagem de lançamento de asfalto acompanharam o governador Blairo Maggi os ex-governadores Jaime Campos (DEM), hoje senador licenciado, Júlio Campos (DEM) e Carlos Bezerra (PMDB), hoje deputado federal. Em Juína, Júlio Campos disse que a estrada foi aberta por ele há 25 anos, mas que a grande dificuldade era vencer a floresta fechada. "Não quero aqui discutir quem fez ou quem não fez. Cada governante faz o que é possível no seu tempo", ponderou Maggi.
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/152265/visualizar/
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