Henry não aceita PP apoiar Jayme e ameaça com intervenção
Motivado por questões paroquiais em Cáceres, sua principal base eleitoral, o deputado federal Pedro Henry começou a trombar dentro do PP com o seu colega cacique José Riva. De um lado o presidente da Assembleia tem declinado nos bastidores maior simpatia para composição com o DEM do senador Jayme Campos. De outro, Henry se manifesta radicalmente contra. Defende que o partido continue próximo do governo Blairo Maggi (PR), que apóia o nome do vice-governador Silval Barbosa (PMDB) na corrida ao Palácio Paiaguás.
A reação de Henry tem lá seus motivos. Ele é hoje adversário ferrenho do prefeito cacerense Túlio Fontes, que pertence ao DEM (ex-PFL). Segundo colocado nas urnas do ano passado, Túlio virou prefeito devido à cassação do registro de Ricardo Henry (PP), que havia sido reeleito. Ricardo é irmão do deputado. Henry se mostra favorável até a uma proposta do lançamento de uma terceira via, mas não do PP fechar aliança com o Democratas.
Em conversa com o governador, o deputado federal comentou que, se preciso, pedirá até intervenção do diretório nacional, do qual é vice-presidente, para dissolver a executiva estadual, tudo para garantir o PP no mesmo palanque de Maggi no pleito de 2010. Pedro Henry chegou a dizer que Riva tem todos os direitos de se articular e defender aliança que entender importante, mas que, nas conversas com o DEM, não está falando em nome do partido. Destacou também que o presidente regional, Chico Daltro, secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, compactua com a mesma ideia.
Não é à-toa que Henry se tornou um dos principais aliados da gestão Maggi. Ele emplacou vários nomes em cargos relevantes. O seu afilhado político Ezequiel Ângelo da Fonseca, mesmo tendo trocado o PP pelo PR com vistas a concorrer a deputado estadual, ocupa cargo de adjunto na pasta da Educação. Ex-prefeito de Reserva do Cabaçal e ex-presidente da AMM, Ezequiel é indicação de Henry. O deputado acertou também com o governador a nomeação de Vanice Marques no comando da secretaria de Desenvolvimento do Turismo no lugar de Yuri Bastos, que deixa o staff para compor a diretoria da Agecopa.
Diante da articulação e pressão de Pedro Henry, que também rejeita a ideia de aliança com o PSDB do pré-candidato a governador Wilson Santos, o PP sinaliza para adesão à candidatura Silval. A considerar o número de prefeituras conquistadas no ano passado, o PP figura hoje como detentor do terceiro maior colégio eleitoral do Estado. Possui 20 prefeitos de municípios que, juntos, somam 213.807 eleitores. De acordo com esse novo mapa eleitoral, o PP perde em termos de representatividade para o PMDB, com 22 prefeitos e 376,5 mil eleitores, e para o PR, com 32 gestores de municípios que totalizam um eleitorado de 525,3 mil.
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