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Politica Brasil
Sábado - 17 de Outubro de 2009 às 19:31
Por: Romilson Dourado

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O prefeito de Rondonópolis, terceiro maior colégio eleitoral do Estado, Zé do Pátio, abriu neste sábado a primeira crise no PMDB, ao comparecer no encontro regional do PSDB e, em discurso, anunciar que fará campanha pela candidatura do tucano Wilson Santos ao Palácio Paiaguás, contrariando o seu partido, que tem como concorrente o vice-governador Silval Barbosa. Empolgado, Pátio declarou que, se preciso, deixa a vida pública mas não abre mão de estar no palanque de Santos. Nesse momento, ele se emocionou e chorou.

Nos bastidores, o prefeito destacou que foi pressionado para não comparecer ao ato do PSDB. Alguns prefeitos que se mostram simpáticos à candidatura Santos foram à sede da Uramb, onde foi realizado o encontro, mas não entraram. Eles conversaram, em particular, com Santos após o evento. Alegaram que se participassem do ato poderia sofrer represálias do Palácio Paiaguás, que começou a jogar pesado pela candidatura de Silval.

Pátio ignora Silval, pré-candidato do seu partido, e fecha apoio ao tucano Santos rumo ao Paiaguás

Zé do Pátio argumenta que o prefeito cuiabano foi seu aliado de primeira hora nas eleições de 2008, quando enfrentou o então prefeito Adilton Sachetti e o poderio das máquinas municipal, estadual e federal. Silval, mesmo sendo do seu PMDB, não o apoiou. Se juntou a Sachetti, com argumento de que não poderia se indispor com o governador Blairo Maggi (PR). O posicionamento contundente de Pátio é um sinal claro que não só ele, mas seus secretários e seguidores já estão fazendo pré-campanha para Santos. Diante disso, a direção estadual do PMDB, sob o cacique Carlos Bezerra, se vê numa saia-justa. Justamente no município onde Bezerra foi prefeito por três mandatos não consegue convencer o ex-afilhado político a apoiar candidatura a governador lançada pelo próprio partido.

O encontro do tucanato reuniu o pré-candidato Santos, a deputada federal Thelma de Oliveira, o estadual Guilherme Maluf e outras forças políticas locais, como o ex-governador Rogério Salles, a sua esposa e vice-prefeita Marília Salles, o ex-senador Antero de Barros e o prefeito de Itiquira Ernani Sander. Se juntaram aos tucanos alguns peemedebistas, como Pátio, que sentou-se ao lado de Santos, os vereadores rondonopolitanos Adonias Fernandes e Mariúva Valentim, a presidente do diretório municipal do PMDB, Terezinha da Silva, que comanda o Sanear, autarquia vinculada à prefeitura, e representantes do PC do B, PTB e PV. São partidos que compõem a base do prefeito Pátio e que já sinalizam, ao menos em Rondonópolis, para composição com o tucanato.

Wilson Santos afirmou que fez acordo com o PMDB e que se sentiu traído na sua campanha vitoriosa à reeleição em 2008. Lembrou que em Rondonópolis, o PSDB fechou composição com a legenda peemedebista, indicando Marília de vice. Já na Capital, o prefeito lembrou que abriu três secretarias para o PMDB comandado por Bezerra e, de última hora, a legenda se juntou ao adversário Mauro Mendes (PR), sob as ordens do Paiaguás. Santos disputou e ganhou de Mendes no segundo turno.

Numa referência à turma da botina, grupo ligado ao governador Maggi, Santos afirmou, em discurso, que tentaram dificultar o projeto de eventual candidatura a governador. "Os poderosos já tentaram me cooptar, oferecendo até a presidência da Agecopa, convênios, obras para eu ficar quieto, mas onde eu passo continuam me lançando como candidato. Agora, se eu for mesmo, vai ser pra ganhar". O encontro regional na sede da União Rondonopolitana de Associação de Moradores de Bairros (Uramb), no Jardim Guanabara, reuniu cerca de 500 pessoas de 14 municípios da região Sul. Terminou por volta de 14 horas.

Denúncia

Ao avistar sentado no dispositivo de autoridades o médico e ex-prefeito Alberto de Carvalho (ex-PMDB e hoje no PTB) e que renunciou ao mandato em 98 em meio a uma série de denúncias de irregularidades, Wilson Santos fez uma revelação, com teor de denúncia, que surpreendeu a todos. Declarou que havia na época pressão para Alberto renunciar ao mandato de prefeito e, se este resistisse, o Plano B seria eliminá-lo fisicamente. O prefeito cuiabano e pré-candidato a governador não declinou nome de quem supostamente estaria orquestrando a ação criminosa. Alberto, por sua vez, balançou a cabeça em concordância com a fala de Santos.

Santos disse que se o ex-prefeito Alberto não tivesse renunciado ao mandato em 98 o Plano B seria eliminá-lo fisicamente

A plateia se manteve em silêncio por alguns segundos e, depois, em coro, aplaudiou as declarações do prefeito cuiabano. Com a renúncia de Alberto o seu então vice Percival Muniz assumiu a prefeitura. Em 2000 Muniz disputou e ganhou a reeleição e hoje ocupa cadeira de deputado estadual e comanda o PPS em Mato Grosso.





Fonte: RD News

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