Cúpula regional do PMDB deve intervir para amenizar crise
O pré-candidato a governador Silval Barbosa deve pedir socorro ao cacique do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, para ajudá-lo a amenizar a crise política em Rondonópolis, depois das declarações públicas do prefeito peemedebista Zé do Pátio em defesa do nome do tucano Wilson Santos à sucessão estadual. Pátio se sentiu traído pelo colega de partido no pleito de 2008 e, agora, dentro das estratégias para as eleições de 2010, deixou claro neste sábado, durante encontro regional do PSDB em Rondonópolis, que não apoiará Silval em hipótese alguma. Seria espécie de "moeda de troca".
Até o início do ano passado, Bezerra era tido como padrinho político de Pátio, que foi vereador, secretário em Rondonópolis na época que o cacique peemedebista era prefeito e exerceu mandato de deputado estadual antes de passar a comandar o terceiro maior município mato-grossense. Pátio, resolveu, então, se "desgrudar" de Bezerra. Hoje ele demonstra independência, tanto que se reelegeu deputado em 2006 num palanque isolado porque não seguiu o PMDB, que indicou Silval para vice na chapa de Blairo Maggi, reeleito no primeiro turno.
Uma das manobras de Bezerra para minar a interferência de Pátio no PMDB rondonopolitano é excluir da disputa da presidência do diretório municipal Terezinha Silva Souza. Hoje ela comanda o partido, é fiel a Pátio e dirige o Sanear, autarquia que cuida dos serviços de saneamento e vinculada à prefeitura. Sob orientação de Bezerra, o diretório estadual incluiu na Resolução 106 que define regras para a renovação dos diretórios que presidentes de autarquia não podem assumir cargo de comando do partido. Com isso, a tendência é de que o nome de Terezinha, pré-candidata à reeleição, seja indeferido.
A eleição acontece no próximo dia 31. Terezinha, aliás, estava presente no encontro do PSDB deste ano, seguindo orientação de Pátio. É a ala rebelde do PMDB se contrapondo à orientação da cúpula regional para "fritar" o projeto próprio com Silval Barbosa, em detrimento do nome de Santos. Não está descartado também a hipótese da direção estadual vir a decretar intervenção no diretório de Rondonópolis e nem o risco de Pátio vir a ser acionado na Comissão de Ética do PMDB por agir com infidelidade partidária.
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