Homenagem à Juventude Evangélica de MT está próxima, diz Wagner Ramos
Só depende da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembléia Legislativa para que dezenas de milhares de jovens evangélicos mato-grossenses fortaleçam suas esperanças em ganhar um motivo a mais para comemorações. Depois de aprovado pela Comissão Permanente de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto, o projeto de lei do deputado Wagner Ramos (PR) que cria o Dia Estadual da Juventude Evangélica, a ser comemorado anualmente no dia 8 de dezembro, agora está sendo analisado pela CCJR.
“Considerando que o futuro do Brasil está no amanhã de nossas crianças e nas mãos de nossos moços, atentamos em homenagear os jovens evangélicos. Dia após dia os vemos, ainda adolescentes, sábios, eloqüentes e participativos em projetos sociais de diversos segmentos, traduzindo para a sociedade a esperança de um futuro melhor”, observou o parlamentar.
Atualmente, apenas uma comemoração similar em âmbito nacional acontece no dia 21 de Abril, quando também se lembra Tiradentes.
Em alguns países, especialmente no Brasil, o termo “evangélico” substituiu o “protestante” retirando uma conotação polêmica da palavra e dando característica mais positiva e universal. Sabe-se que existem, atualmente, cerca de 593 milhões de evangélicos no mundo. O país mais protestante entre todos é os Estados Unidos da América, com cerca de 163 milhões de seguidores.
No Brasil, o protestantismo foi trazido através da invasão holandesa entre os anos de 1624 e 1625, sendo propagada principalmente entre os índios.
Pesquisas recentes mostram o crescimento da população evangélica no Brasil: a) em 1970, o Censo do IBGE registrava cerca de 4,8 milhões de seguidores; em 1980, 7,9 milhões; em 1991, 13,7 milhões; e em 2000, 26,1 milhões. Segundo o IBGE, se esse crescimento se mantiver estável ao longo dos anos, em 2020 a metade da população brasileira será evangélica.
Origem da Juventude Evangélica
(18...) Ninguém sabe, ao certo, quando e onde se reuniu o primeiro grupo de juventude evangélica. Pode ter sido ainda durante os primeiros anos de colonização alemã no país, no final da primeira metade do século passado. Os primeiros registros – ainda de 1930 – relatam que o trabalho com jovens teve início com os pastores vindos da Alemanha. Estes se chamaram, como na Alemanha, Evangelische Jugend (Juventude Evangélica).
No começo, os encontros eram em língua alemã e os jovens se reuniam buscando a manutenção de uma convivência fraternal sadia. Além disso, queriam ter uma formação cristã que pudesse ser importante para o seu comportamento. Mas 30% das atividades dos grupos eram lazer – especialmente cantos e jogos. As competições esportivas não eram muito comuns.
(1936) A partir deste ano, na Alemanha, começa a tomar corpo o Nacional Socialismo. Hitler prega a formação de uma raça pura. O jovem recebe muita valorização. Forma-se a juventude nazista. Os movimentos ideológico e político influenciam a juventude no Brasil, a tal ponto que um grupo de jovens – em São Leopoldo – veste uniforme de cor cáqui e marcha pela cidade, inspirado nos ideais nazi-alemães. Outro movimento forte sob esta influência foi um grupo de Porto Alegre, que marchava como a juventude hitlerista alemã e usavam um símbolo parecido com a suástica.
(1938) Começa a 2ª Guerra Mundial. A língua alemã no Brasil é proibida. Existe muita suspeita sobre os pastores. Alguns, inclusive, retornam para a Alemanha. Movimentos e reuniões de jovens germânicos ficam proibidos.
(1945) Termina a guerra e o trabalho nos Sínodos recomeça, mas centrado mais no evangelho. Nesse período, circulou no Brasil uma publicação alemã destinada ao público jovem. A Juventude Evangélica também dispunha de uma página mensal na Folha Dominical com dicas para o trabalho nos grupos e estudos bíblicos.
(1950 – 1960) Surge a Revista da Juventude, que durou 10 anos. Ela foi a principal publicação. Os grupos de Juventude Evangélica começam a se multiplicar. Conforme estatística publicada na revista existiam, em 1952, 81 grupos no Sínodo Rio-grandense, aumentando em dez até o próximo ano. Em 1955, também foi iniciado trabalho com universitários, em Porto Alegre, sendo nomeado um pastor para esse trabalho.
(1960) Têm início as Escolas de Líderes, com a iniciativa do professor Ernest Sarlet – secretário -geral da JE de tempo parcial.
(1966) Elaborado o primeiro Regimento Interno do Conselho Nacional da Juventude Evangélica. Um dos principais objetivos do Conaje é confrontar o jovem com o Evangelho de Jesus Cristo, mediante atividades como oração, reflexão, engajamento e aprofundamento cristão, criando condições para que todos os jovens possam elaborar o seu projeto de vida inspirado no Evangelho.
“Por tudo isso e procurando reconhecer o precioso papel da juventude evangélica no estado, propus a criação do Dia Estadual da Juventude Evangélica. É uma forma de ressaltar a importância desses jovens, muitos pregadores, evangelistas e até mesmo pastores que – de forma inequívoca – prestam serviços relevantes à sociedade, levando a palavra de Deus e a paz aos que necessitam”, concluiu Wagner Ramos.
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