Mendes, Pivetta e Taques se unem por Ciro
De um lado, Wilson Santos, do PSDB, com Jayme Campos, do DEM; e, possivelmente, os progressistas, liderados por José Riva, atual presidente da Assembléia Legislativa, e Pedro Henry, deputado federal. De outro, Silval Barbosa, do PMDB, apoiado pelos republicanos liderados pelo governador Blairo Maggi e mais o Partido dos Trabalhadores, o PT. Apesar do quadro aparentemente sólido, a eleição em Mato Grosso,, ao contrário do que imagina alguns, não deverá se resumir na polarização entre Governo e parte da base do Governo insatisfeita, aliada a oposição. No front dos acontecimentos, uma terceira via já começou a ser articulada.
Essa via reúne três nomes de peso. Mauro Mendes, empresário, atual presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, candidato derrotado a prefeito de Cuiabá nas eleições do ano passado; Otaviano Pivetta, deputado estadual, mega produtor rural de Mato Grosso, homem forte na bolsa de negócios; e, por fim, José Pedro Taques, procurador da República, que ostenta em seu currículo com orgulho as investigações que resultou na derrocada do crime organizado em Mato Grosso liderado por João Arcanjo Ribeiro.
“Nós temos muitas coisas em comum” – admitiu Pivetta, ao confirmar a existência de entendimentos firmes entre o seu partido, o PDT e o PSB, agora revigorado com a transferência de Mendes para a sigla – ato, é bom que se diga, que ninguém conseguiu ainda entender – para as eleições do ano que vem. O ponto comum é o deputado federal Ciro Gomes, nome do PSB a presidente da República. Pivetta se mostrou propenso a levar o PDT de Mato Grosso – e também o próprio partido em quadrante nacional – a apoiar Ciro a sucessão do presidente Lula, num embate direto contra Dilma ROusself, ministra-chefe da Casa Civil.
Pivetta lembrou que quando era prefeito de Lucas do Rio Verde recebeu diversas vezes Ciro Gomes na cidade. Ambos pertenciam ao PPS, sigla pela qual Ciro acabou sendo candidato a presidente, terminando em terceiro lugar, atrás de José Serra, do PSDB, atual governador de São Paulo. Em outras palavras, não há qualquer problema em apoiar o presidenciável, abrindo, com isso, no âmbito do Estado, mais uma força de sucessão.
Nessa articulação, o PDT ainda assedia o procurador Pedro Taques, que está em dúvidas entre se filiar no PV ou no próprio PDT. Fontes próximas garantem que Taques já sinalizou que vai para o Partido Verde, devendo se filiar no final de março ou abril. A junção de força dos três só seria possível, em verdade, se Taques aceitasse entrar no PDT ou em outra sigla menor que não seja o PV, já que os verdes trabalham o lançamento da candidatura da senadora Marina Silva, do Acre, o que conflitaria com o projeto de Ciro Gomes.
O quadro, de acordo com Pivetta, é do momento. Ele evitou falar em nomes exatamente porque qualquer definição agora, ao seu ver, seria precipitar. As definições só deverão ocorrer a partir do ano que vem. “Tem muita coisa para acontecer” – ele sustentou. “Vamos aguardar”. Pivetta reafirmou, contudo, que não tem interesse em continuar sendo deputado estadual ou deputado federal. Isto é: numa eventual decisão pessoal sobre que cargo concorrer em 2010, ficaram em aberto o Governo do Estado e o Senado Federal. Na configuração, outros partidos poderiam vir a somar forças, com indicação, sobretudo, de um candidato a vice.
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