Maluf admite sondagem para licenciar-se da AL

O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) admitiu ontem que vinha discutindo com o suplente Carlos Avalone (PSDB) a possibilidade de ceder ao correligionário a vaga na Assembleia Legislativa. Ele avisa, no entanto, que não vai deixar o cargo como pediu o colega tucano.

Maluf alega que tem projetos que vão entrar na pauta de votação da Assembleia nos próximos dias e não quer ficar de fora da discussão para aprovação do orçamento geral do Estado. "Por isso, não posso me afastar nesse momento em hipótese alguma. Vou dizer isso a ele", afirma Guilherme Maluf.

O deputado de primeiro mandato frisa ainda que, apesar da discussão com os suplentes do PSDB durante a eleição de 2006 para que fosse promovido o rodízio, já se afastou do cargo por 10 meses para comandar a Secretaria de Saúde de Cuiabá. Com isso, entende que contribuiu sim com o fortalecimento da legenda ao ceder vaga a suplente. Na ocasião, assumiu o próprio Avalone.

A confirmação de que vinha discutindo com Avalone a possibilidade de rodízio ocorreu depois que o suplente negou qualquer acordo para assumir a cadeira da deputada Chica Nunes, que trocou no início do mês o PSDB pelo DEM. O caso chegou a ser criticado por dirigentes tucanos, já que estaria em jogo a promessa de Avalone em não recorrer a justiça pedindo o mandato com base na regra de fidelidade partidária.

A suposta negociação com Chica, negada por Avalone, ganhou contornos de escândalos porque, depois de ser indiciado por envolvimento com fraude em licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ele ganharia foro privilegiado. Seus aliados alegam que, apesar disso, as vantagens deveriam ser pequenas na prática, já que o caso deveria subir da primeira instância para o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região apenas enquanto o suplente permanecesse na Assembleia, o que não deve se estender por mais de quatro meses, período mais comum para os casos de rodízios.