Após briga com a ex-mulher, deputado Daltinho pode ser indiciado
O empresário e deputado estadual Adauto de Freitas, o Daltinho (PMDB), é acusado de espancar sua ex-esposa, a também empresária Lilian Karla Azevedo. A briga se transformou em caso de polícia com registro de Boletim de Ocorrência na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá. O casal já se separou. Lilian está morando hoje com uma irmã em Brasília.
Trata-se de um escândalo que deve não só complicar o parlamentar judicialmente, já que deve ser enquadrado na Lei Maria da Penha, como também está sob o risco de enfrentar processo de cassação na Assembleia por quebra de decoro parlamentar. Daltinho está em pré-campanha à reeleição. É tido no Legislativo como um dos representantes da região do Araguaia. Ele já concorreu, sem êxito, à cadeira de prefeito de Barra do Garças, em 2004.
O advogado de Lilian, Rafael Martins, confirmou nesta quarta (14), em entrevista ao RDNews que Lilian de fato registrou há duas semanas o Boletim de Ocorrência e que está disposta a mover ação contra o ex-marido até as última conseqüências. Segundo ele, o fim da relação conjugal entre Lilian e Daltinho foi tumultuado devido ao temperamento agressivo do parlamentar. “Não foi um término pacífico. Houve muitas ameaças e agressões físicas por parte dele”, afirma o advogado.
(12h57) - Tive que registrar o Boletim de Ocorrência para me resguardar, explica Lilian
A empresária Lilian Karla Azevedo disse ao RDNews que resolveu registrar o Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher para se resguardar de possíveis violências físicas que poderiam ser praticadas pelo ex-marido Adauto de Freitas. Apesar de magoada, Lilian ponderou que não tem intenção de prejudicar o deputado, mas conta que procurou a delegacia porque vinha sofrendo ameaças. Tanto que se mudou de Cuiabá para Brasília, onde está na casa do cunhado. “Não atendo mais aos telefonemas do Adauto. Nunca pensei que um dia isso fosse acontecer. Sempre fui fiel a ele e, apesar de já ter ouvido muitas coisas, nunca o denunciei porque sempre acreditei nele e eu o amava”.
Lilian disse que conheceu Adauto ainda nova, recém-formado em Odontologia. À época, ela morava em Brasília. “Ele veio para cá e pediu minha mão em casamento para o meu cunhado. Meu pai tinha acabado de falecer. Acreditava nele e fiz tudo isso porque o amava demais”. Ela frisa que não foi a única esposa de Adauto a reclamar de violência física e ameaças. “As pessoas sabem o que ele fez para a ex-mulher e eu também sei. Ela também aguentou muita coisa dele”. Lilian trocou recentemente o PMDB pelo PDT. Ela estuda a possibilidade de lançar candidatura a deputada estadual. “Eu sei do meu valor e da minha capacidade”.
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