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Politica Brasil
Quinta - 08 de Outubro de 2009 às 19:31
Por: Andréa Haddad

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Sob o argumento de que o PT precisa ter candidato na disputa pela sucessão do governador Blairo Maggi (PR) e, com isso, se reaproximar das bases, o militante histórico petista Urbano Reis, o Índio, lançou candidatura ao diretório do PT em Cuiabá, atualmente comandado por Vilson Aguiar. As eleições internas do partido estão agendadas para 22 de novembro. Concorrendo pela chapa Utopia e Vida, Índio acredita que o PT precisa voltar à militância. Atualmente, segundo ele, as bases foram relegadas ao segundo plano. Prova disso foi o veto da cúpula à candidatura à Prefeitura de Cuiabá, em 2008, do arquiteto João Afonso Portocarrero, que venceu nas prévias internas o médico Alencar Farina.

À época, os dirigentes optaram pela coligação com o PR e fizeram a indicação da ex-deputada estadual Vera Araújo, a Verinha (PT), a vice na chapa de Mauro Mendes, que trocou recentemente o PR pelo PSB. “Foi um duro golpe na militância, que se sentiu traída. Isso deixou um vácuo político. Temos que voltar a dar voz aos militantes”. Ele também criticou a decisão do deputado federal Carlos Abicalil de não encampar candidatura ao governo do Estado em 2006. “Foi uma covardia política do Abicalil. Na época, ele tinha mais de 70% de aprovação em Cuiabá”.

Na avaliação de Índio, a aliança com o governador Blairo Maggi (PR), que em contrapartida entregou ao PT o comanda da secretaria de Educação, sob Ságuas Moraes, teve reflexo direto na eleição de apenas um vereador nas eleições de 2008. “Em 2004, elegemos três vereadores: o Lúdio Cabral, o Valtenir Pereira (hoje no PSB) e o Domingos Sávio (atualmente no PMDB). Quatro anos depois, o PT só tem um representante no Legislativo”, reclamou.

Ele também critica a acomodação do atual diretório municipal por não realizar passeatas e atos de protesto contra as políticas consideradas equivocadas do prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB). “Os militantes do PT sempre participam dos movimentos, mas o partido, como instituição, não faz mais parte disso. No passado, conseguimos conquistas importantes como pressionar o prefeito, por meio de movimentos populares, a não majorar as tarifas de IPTU e do transporte coletivo, com o CLTP”, observou, ao citar ações articuladas pela legenda no primeiro mandato do tucano. Segundo ele, o vereador Lúdio vem trabalhando sozinho na Câmara de Cuiabá sem que haja orientação da executiva municipal.

“Em 2004, o PT elegeu três vereadores. Quarto ano depois, só conseguimos uma cadeira”

Indagado sobre o fato da ex-vereadora Enelinda Scalla, da mesma corrente dele, ser a vice-presidente do diretório de Cuiabá, Índio ponderou que a petista sequer era convidada a participar das reuniões. “E, quando a chamavam, os encontros eram marcados curiosamente na mesma data e horário das sessões da Câmara. Ela tinha que mandar um representante, o que não é a mesma coisa”, avaliou.

Para aproximar o PT dos militantes e dos movimentos sociais, se eleito Índio pretende implantar cinco diretórios zonais da legenda em Cuiabáe. “O estatuto do PT prevê que haja obrigatoriamente estes diretórios descentralizados em municípios com mais de 500 mil eleitores. Funciona no mesmo molde das subprefeituras. Ainda não alcançamos esse número de eleitores em Cuiabá, mas o estatuto não proíbe a implantação dos subdiretórios”. Ele denuncia que correntes do PT resistem à ideia para evitar a descentralização do poder. “Esta proposta incomoda muito determinadas correntes petistas porque torna os presidentes dos diretórios zonais tão importantes quanto os municipais e estaduais”.

“Infelizmente a implantação dos diretórios zonais incomoda certas correntes pela descentralização”

Pela chapa Utopia e Vida também concorre Zelandes Santiago, do PT várzea-grandense. Ele é candidato ao diretório estadual. Em 14 de outubro, na próxima quarta, a corrente promove o lançamento do livro A Fome de Liberdade, de autoria do ex-deputado federal Gilney Viana. O evento será realizado no Centro Cultural da UFMT. Simultaneamente acontece uma solenidade sobre os 30 anos da anistia no Brasil. Segundo Índio, a senadora Serys Marli está articulando a visita da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.





Fonte: RD News

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