José Domingos reclama de restrições do zoneamento
Depois de defender arduamente a pavimentação da MT-241, denominada “Rodovia Rota das Águas”, em Nobres, onde adquiriu há um ano duas fazendas de quase 500 hectares, o deputado estadual José Domingos Fraga (DEM), que se dedica às atividades pecuárias, subiu à tribuna nesta quarta (7) para criticar a proposta de zoneamento da cana-de-açúcar, enviada por Lula para apreciação do Congresso.
Lançado em 17 de setembro, o texto do projeto proíbe a expansão da plantação de cana no Pantanal, Amazônia e Bacia do Alto Paraguai. Lula quer cumprir o compromisso assumido com a União Européia, em 2007, de que o biocombustível brasileiro não vai aumentar o desmatamento nem provocará queda na produção de comida.
A proposta, porém, provocou polêmica em Mato Grosso, onde estavam previstos investimentos em novas usinas de cana e expansão do cultivo, principalmente na região da Bacia do Alto Paraguai. “Lá não pode plantar cana, mas é legal o cultivo do algodão, com 10 ou 12 aplicações de inseticidas por ano, produtos que nem se usam mais no primeiro mundo. Estamos andando na contramão. Entendo que o zoneamento é importante, mas nas áreas de pastagens degradadas”, defendeu.
O deputado reclamou que o governo federal já restringiu a comercialização do gado proveniente de áreas desmatadas. “Se não bastasse esse zoneamento da cana, há a moratória da soja desde 2006, que é muito mais perversa. A restrição à venda do boi também acaba sendo um zoneamento econômico, o que é muito pior”.
Conforme Zé Domingos, as plantações de cana geram 700 mil empregos diretos em Mato Grosso. “Há outros 67 mil indiretos. Nosso Estado não pode perder a oportunidade de crescer de forma sustentada e de criar milhares de empregos. São 243 mil hectares de áreas plantadas com cana”.
Ex-prefeito por três mandatos de Sorriso, Zé Domingos possui patrimônio avaliado em R$ 450,1 mil. Junto à Justiça Eleitoral, o democrata informa ser proprietário de cinco lotes. Um deles está localizado na Gleba Cruzeiro, em Tabaporã (a 643 km ao Norte de Cuiabá). A área rural está avaliada em R$ 72,3 mil.
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