Silval lembra ter levado PMDB para Mendes e vê traição

Não é só o governador Blairo Maggi que se mostra insatisfeito, chateado e surpreso com a decisão do presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt), empresário Mauro Mendes, de trocar o PR pelo PSB como forma de buscar projeto alternativo à sucessão estadual. O vice-governador Silval Barbosa (PMDB), nome apoiado pelo Palácio Paiaguás, revelou aos aliados próximos que esteve reunido com Mendes em Brasília na terça passada, quando o empresário assegurou-lhe que não sairia da legenda republicana e que, inclusive, o apoiaria no pleito de 2010. Mendes fora a Brasília especialmente para a conversa reservada com o peemedebista. Discutia-se até a hipótese de vir a ser o vice da chapa de Silval, numa dobradinha PMDB-PR.

Silval observou ainda, na conversa com correligionários, que nas eleições de 2008 em Cuiabá conseguiu tirar o PMDB dos braços do prefeito tucano Wilson Santos, que se reelegeu. Até então, Santos dava como certa a presença da agremiação peemedebista no seu palanque, quando Silval, numa ação conjunta com o cacique do partido, deputado federal Carlos Bezerra, entrou no circuito e levou a legenda para composição com o então candidato Mauro Mendes, que disputou o segundo turno contra o tucanato. Outra ponderação de Silval em meio à chiadeira é de ter sido um dos coordenadores da campanha do empresário na capital.

Pelo visto, a relação entre o Paiaguás e Mendes "azedou". Nem mesmo a primeira-dama Terezinha Maggi, secretário de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social aprovou a decisão do empresário de sair do PR. O comentário no Paiaguás é que Mendes acabou instigando o governador a abraçar de vez o nome de Silval à sucessão estadual. A um ano das eleições e a nove das convenções partidárias não é possível concluir se o tiro saiu ou não pela culatra.