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Politica Brasil
Segunda - 05 de Outubro de 2009 às 20:15
Por: Beatriz Giarard

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"Se aceitarmos todas as imposições do projeto do Zoneamento Agroecológico Nacional da Cana-de-açúcar (ZaeCana), que atenta contra a soberania e o desenvolvimento de Mato Grosso, certamente teremos aqui um estado de sítio interno". O alerta partiu do deputado Wagner Ramos, vice-líder do PR na Assembleia Legislativa. Ele classificou o projeto do governo federal de totalmente inconsistente, desprovido de qualquer embasamento legal sobre o que aponta em relação a supostos problemas para o meio ambiente e que não se sustenta em função do que já existe.

O parlamentar também chamou a atenção para um segundo fato que considera outro grande problema: o início das discussões, no Congresso, em torno do Código Ambiental brasileiro, que existe desde 1965 sem nunca ter sido apreciado.

"Aí reside outra preocupação: vamos votar o Zoneamento Socioeconômico Ambiental do estado – fruto de um trabalho magnífico que envolveu deputados, técnicos, assessores e a sociedade como um todo – sem saber quais serão as imposições do governo federal, representado pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ibama, com relação ao estado de Mato Grosso".

A apreensão de Wagner Ramos se prende a uma possível futura descaracterização do ZSEE-MT por conta de outras questões que podem ser trazidas à tona pelo Código Ambiental brasileiro que está ressurgindo "após quase meio século de letargia". De acordo com o parlamentar, essa é outra preocupação que precisa ser encarada `de frente` e envolver a sociedade em nova discussão porque o governo federal não estaria cumprindo seu papel com o estado de Mato Grosso.

"Nós iríamos votar o Zoneamento Socioeconômico Ecológico do estado para depois se discutir o zoneamento da cana, mas o governo federal atropelou o processo e colocou este último como projeto de lei no Congresso passando praticamente por cima do estado de Mato Grosso e impedindo que possam ser emitidas novas licenças ambientais para instalação de outras usinas e o plantio de cana", criticou o vice-líder republicano.

Segundo ele, a partir de agora, as prioridades devem ser a liberação dos projetos já existentes para instalação das novas usinas e evitar a aprovação do projeto do zoneamento da cana no seu formato atual. "A imposição sobre a cana de açúcar em Mato Grosso é indevida porque ninguém vai plantar em área que precisa ser desmatada. Todas as áreas onde serão instaladas novas usinas e plantada a cana são já degradadas, são áreas já abertas. Ninguém vai derrubar uma árvore para fazer plantio da cana em nosso estado", garantiu Wagner Ramos.

Ele criticou as proibições que estão para ser impostas a Mato Grosso, considerado o melhor ambiente de produção no país, que já possui instalado um polo produtor de etanol e – em 25 anos de sua história – não tem nada sequer de impacto ao meio ambiente.

“O zoneamento da cana proposto pelo governo federal vai limitar as produções de álcool e de açúcar nas Bacias Amazônica e do Alto Paraguai. Além disso, dentro de Mato Grosso nossa região é a maior produtora e seus índices estão na faixa dos 85% de toda a fabricação interna”, alertou Wagner Ramos se referindo ao médio norte.

Segundo o republicano, as limitações a serem impostas atingem as usinas de álcool de Campo Novo do Parecis, Barra do Bugres, Nova Olímpia, Lambari D`Oeste e São José do Rio Claro, além de quatro projetos para construção de outras usinas já estão em execução, em Mato Grosso. Dois deles estão em Tangará da Serra e um em Denise.

Para a audiência pública desta terça (06) estão confirmadas as presenças de prefeitos, vereadores e outras autoridades e lideranças de municípios do médio norte.





Fonte: Assessoria/AL

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