Temendo cassação, Lutero se articula para presidir Imetro
Sob investigação por uma Comissão Processante da Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Lutero Ponce (PMDB), prevendo sua cassação e diante de uma situação insustentável e de muito desgaste político, já se movimenta em busca de um novo cargo. Sem alarde, ele articula sua nomeação para a diretoria do Instituto de Metrologia do Estado (Imetro-Imeq). A intenção do peemedebista é fugir do fogo cruzado, mesmo que venha a ser absolvido das acusações de improbidade administrativa. Pesa contra o parlamentar denúncia de que causou prejuízos milionários aos cofres da Câmara nos dois anos em que foi presidente (2007/2008). Lutero quer "jogar a toalha" como vereador mas, antes, busca se segurar em outro cargo público.
A sede do parlamentar pelo Imetro-Imeq, órgão vinculado à estrutura do governo do Estado e que proporciona salário próximo de R$ 10 mil, aumentou depois das articulações do ex-secretário e ex-deputado Carlos Brito, que pretende levar para ocupar um dos 80 cargos comissionados na recém-criada Agecopa o presidente do órgão, Jair Dorigon. Brito será um dos sete a compor a Diretoria Colegiada da autarquia responsável pela gestão e investimentos em Cuiabá rumo à Copa do Mundo de 2014. Ele será diretor de Infraestrutura e quer Dorigon na equipe. Foi Brito, ex-secretário da Casa Civil e de Justiça e Segurança Pública do governo Blairo Maggi, quem emplacou Dorigon no Imetro.
Cabe ao Imetro fiscalizar, por exemplo, a qualidade e quantidade dos produtos que compõem a cesta básica e outros objetos e produtos, como o gás GLP ou extintor de incêndio. Lutero está de olho no cargo não é por acaso. Em 1998, no governo Dante de Oliveira, o hoje vereador de segundo mandato passou a atuar como diretor-administrativo e financeiro do Imetro-Imeq, depois de ter quebrado financeiramente como agricultor e vivido experiência de tocar por mais de um ano uma mineradora na Libéria, país da África Ocidental. Em 2002, com a renúncia de Dante para concorrer ao Senado e a posse de Rogério Salles como governador, Lutero continuou no Imetro e veio, inclusive, a ser "promovido" ao posto de superintendente. Segundo informações, ele enfrentou também na época denúncias de supostas irregularidades no órgão.
Na esperança de ser contemplado no cargo, Lutero Ponce tem pedido ajuda a alguns líderes políticos. Buscou respaldo até do empresário Mauro Mendes, presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt) e que no sábado trocou o PR do governador Blairo Maggi pelo PSB. Agora, se depender de Mendes fazer pleito junto ao Palácio Paiaguás, Lutero pode enfrentar dificuldades, já que Mendes, pela posição política adotada, começa a se distanciar da turma da botina.
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