PCdoB espera filiar Pedro Taques
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) sonha com uma possível filiação do procurador da República, Pedro Taques à legenda. O presidente estadual da sigla, Miranda Muniz, assume que o nome do procurador daria peso ao partido no Estado, que atualmente tem apenas um vereador na Câmara Municipal de Torixoréu, cidade da região do Araguaia com aproximadamente cinco mil pessoas.
Pedro Taques foi procurador em Mato Grosso por 10 anos e há cinco está lotado na procuradoria do estado de São Paulo. Enquanto membro do MPF no Estado, foi um dos principais articuladores da Operação Arca de Noé, que levou à prisão do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, um dos chefes do crime organizado em Mato Grosso. Agora ele planeja entrar para a vida política, com disposição ao Senado, conforme as conjecturas.
Por causa desse histórico, vários partidos têm interesse em ter o procurador no partido. O PV e o PDT também assumem que gostariam de ter Taques filiado ao partido. “Ele tem conversado com vários partidos e tem tempo para decidir. Nós só temos que esperar”, diz Miranda Muniz.
Diferentes dos outros candidatos, que devem se filiar a um partido no mínimo um ano antes das eleições, magistrados podem fazer a filiação com até um seis meses de antecedência. Porém, enquanto ocupam seus cargos, não podem participar de eventos partidários.
Para fortalecer a imagem da sigla, o PCdoB organizava um encontro, em parceria com outras entidades, que traria a Cuiabá esta semana nomes de peso para proferirem uma palestra sobre combate à corrupção. O evento contaria até com o delegado da Polícia Federal afastado Protógenes Queiróz, que recentemente se filiou à sigla. Ele ficou conhecido nacionalmente durante a operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantes.
O procurador da república em Mato Grosso Mário Lucio Avelar, o juiz da 1ª Vara da Justiça Federal Julier Sebastião da Silva e Pedro Taques também estavam confirmados para o evento, que foi transferido para o início do próximo ano. Julier também assume uma disposição à vida política. O presidente do PCdoB no Estado afirma que, por dificuldades organizacionais, o evento será realizado em março do ano que vem.
Segundo Miranda Muniz, a orientação nacional é a de que a legenda busque composição com o PT, do presidente Lula e seus aliados. Mas Muniz alega que no Estado a base do PT, que caminha junto a PMDB e PR, não deixaria espaço para os comunistas. Por isso ele não descarta uma composição própria com PPS, PSB e PV. “Não descartamos essa terceira via, contrapondo à polarização Wilson e Silval”, afirmou fazendo referência às possíveis candidaturas do PMDB e PSDB.
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