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Politica Brasil
Sábado - 03 de Outubro de 2009 às 02:37
Por: Sonia Fiori

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O deputado federal Eliene Lima (PP) foi o único dos quatro representantes de Mato Grosso no Congresso Nacional a retirar a assinatura para a criação da CPI do MST. Além do progressista, o senador Gilberto Goellner (DEM) e o deputado Homero Pereira, ambos da bancada ruralista, e a deputada Thelma de Oliveira (PSDB) aderiram à instalação da comissão.

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), também presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foi a autora do requerimento para implantar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST).

Segundo Eliene, o PP fechou questão para não assinar a CPI. “Em decorrência disso retirei a assinatura”, explicou. Já o senador democrata caminha na linha de frente dos parlamentares que irão lançar nova tentativa para instalar a CPI. “Não retirei a assinatura e acredito que ainda seja possível conseguir o número suficiente para garantir a instalação da comissão”, disse.

Coordenadora da bancada federal no Congresso Nacional, a senadora Serys Slhessarenko (PT) comemora a derrubada da proposta, após uma estratégia governista para derrubar a instalação da CPI. . Ao presidir o Congresso, nesta semana, a senadora fez a leitura do requerimento. Entretanto, até a meia-noite da quarta-feira como é permitido pelo regimento, foram retiradas de 45 assinaturas, levando por terra a criação da CPI.

Com a manobra, o requerimento com que contava com 183 assinaturas não alcançou as 171 mínimas exigidas pelo Congresso para solicitação de abertura da CPI. Serys não quis comentar possível articulação do governo federal e da base governista para convencer parlamentares a retirarem seus nomes do requerimento. No entanto, fez questão de ressaltar que a instalação da comissão seria simplesmente uma ação inócua.

“Eu não vejo nenhuma ação para resolver questões agrárias, mortes no campo, falta de assistência técnica e outros problemas. Do meu ponto de vista, a CPI tinha o claro objetivo de buscar criminalizar o MST”, disparou. A senadora destacou ainda que há pouco tempo o Congresso criou a CPI da Terra que tinha praticamente o mesmo foco.

“Tudo foi investigado, sigilos foram quebrados e o relatório foi encaminhado para todas as autoridades competentes como o Ministério Público e hoje a mesma função quem tem cumprido é a CPI das ONGs. Então nos parece uma CPI de disputas ideológicas”, enfatizou.

Uma das metas da CPI era investigar o possível emprego de recursos públicos em ações do MST, consideradas radicais pela bancada ruralista, principalmente pela ocupação de terras rurais.





Fonte: Diário de Cuiabá

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