Se sair do PR, Mauro Mendes perde bases populares
Os próprios líderes de bases populares acabaram surpreendidos com a notícia, já que o levaram para o segundo turno na luta pela Prefeitura de Cuiabá, em 2008, contra o prefeito reeleito Wilson Santos (PSDB). O movimento comunitário e demais segmentos organizados apoiaram Mendes, no ano passado, por orientação do governador Blairo Maggi (PR), cujo desempenho, no pleito, conquistou projeção eleitoral e musculatura política para figurar, hoje, entre os principais favoritos na corrida sucessória pelo Palácio Paiaguás.
Nos bastidores políticos da Capital, inclusive entre dirigentes de diferentes matizes ideológicas, existe a certeza de que Mauro Mendes rumando para a bandeira socialista estaria sob orientação do deputado Percival Muniz, presidente estadual do PPS.
Nesse contexto, a provável filiação de Mauro ao PSB demonstra que o desejo de brigar pelo governo de Mato Grosso, nas eleições de 2010, está roubando uma das principais virtudes do presidente da Fiemt: sua aguçada visão política.
Isso porque Mendes troca o apoio de Blairo Maggi, cujas pesquisas de opinião pública apontam 89% de aprovação popular, pelo de Percival, que, em tese, possui índices muito próximos de 0%.
Édio Martins afirma que essa movimentação de bastidores causou surpresa em milhares de famílias que confiam em Mendes. São as pessoas mais humildes e simples que lutaram e votaram por ele, afirma a dona-de-casa Juliane Moreira da Costa, 38 anos, que, há dois anos, participou da filiação de Mauro ao Partido da República e, no ano passado, trabalhou como voluntária em sua campanha.
Já o líder comunitário Jonail da Cosa Silva, vice-presidente da Associação dos Moradores do Ribeirão do Lipa, também apoiador de Mendes, recorda que, em 2008, ingressou na campanha do PR por orientação de Blairo Maggi e desconhece a liderança de Percival Muniz. Prova de que o movimento comunitário somou e muito para a campanha de Mendes está no fato de que, no téte-a-téte, mesmo sendo pouco conhecido nos bairros, ele acabou dividindo praticamente meio-a-meio a votação das classes C, D e E, então na luta com o prefeito reeleito, recorda Jonail.
Comentários