Novacki e adjuntos montam estratégia para blindar governo
Com o militar Eumar Novacki à frente da Comunicação Social e com os dois ex-secretários de Estado na retaguarda, Júlio Valmórbida (Publicidade e Marketing) e Onofre Ribeiro (Jornalismo), o governo Blairo Maggi se mostra pronto para reagir aos tiroteios que começam a surgir na reta final do mandato, principalmente porque precisa atravessar um período de campanha eleitoral. Na Assembleia, alguns deputados, com foco nas urnas em 2010, já estão batendo no governo. Nas visitas ao interior, o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB), principal voz da oposição na corrida pelo Palácio Paiaguás, também vem cutucando a administração estadual, assim como o senador Jayme Campos (DEM).
Na trincheira, o governador aceitou a ideia do seu supersecretário Novacki, que também responde pela Casa Civil, de restruturar a Secom, com a criação de duas pastas e a definição de 47 cargos comissionados. Depois, dobrou o orçamento que, com aditamento de R$ 39 milhões, chegará a R$ 49 milhões neste ano. O passo seguinte foi reduzir de cinco para três o número de agências que passam a cuidar da conta publicitária do governo e, ainda, investir no portal da Secom. A máquina estadual detém uma grande estrutura. É representada por 24 secretarias, fora empresas, órgãos e autarquias. Juntas, somam quase 100 mil servidores. O orçamento global é de R$ 7,7 bilhões para o exercício deste ano.
O curioso é que Maggi concordou com a proposta de reduzir para R$ 27 milhões o orçamento da Secom em 2010, sob justificativa de que campanhas publicitárias e outros investimentos no setor terão período mais curto, praticamente limitado ao primeiro semestre, por causa das eleições gerais. Assim, a equipe da Secom monta estratégia para concentrar principalmente propaganda nos próximos nove meses.
Recém-promovido a tenente-coronel, Eumar Novacki, que começou como ajudante de Ordens do governador, conduz duas secretarias e, no caso da Secom, buscou amparo de Valmórbida, que foi secretário de Comunicação do governo Dante de Oliveira, e de Onofre Ribeiro, que conduziu a mesma pasta na gestão Garcia Neto (75/78). Os três definiram que vão buscar uma abordagem mais simples, prática, realista e humanizada nas matérias e campanhas pertinentes às ações de governo, com discurso de que "as obras e outros projetos, uma vez executados, afetam diretamente a vida das pessoas".
Monitoramento
Maggi passou a monitorar mais o governo, com base em pesquisas qualitativas e para consumo interno. Ele já detectou, por exemplo, que a aprovação média é de 90%. Constatou também que os menores índices de avaliação estão nas regiões Oeste (Grande Cáceres) e no Araguaia. O governo foi alertado sobre o fato de, mesmo com bom respaldo popular, essa aceitação popular sofrer declínio na reta final da administração, primeiro porque já está no sétimo ano no comando do Estado, o que traz desgaste natural, e, segundo, por falta de perspectiva de poder do seu grupo político. O PR, legenda que tem o governador como principal "estrela", não possui pré-candidato à sucessão estadual. Isso motiva pessoas do governo a pularem para outros partidos ou grupos políticos, provocando esvaziamento e conspirações e, ao mesmo tempo, reforço nos palanques oposicionistas.
Por enquanto, a gestão Maggi não foi abalada por nenhum escândalo sobre corrupção, ao menos que tenha vazado para a imprensa. Quer difundir agora, em forma de propaganda. o que considera de feitos mais importantes em diferentes áreas para não ser esquecido. Por outro lado, sofrerá duras críticas da oposição, que está de olho no Palácio Paiaguás.
Comentários