Proprietários de emissoras de TV criam impérios regionais
Eles investiram e continuam se dedicando à programação regional de suas emissoras de TV, faturam alto com a iniciativa privada e mais ainda com o poder público e, ora imparciais, ora "parceiros" de políticos, ditam as regras na comunicação em Mato Grosso. Em seus gabinetes, recebem as principais autoridades do Estado. Por coincidências, são todos pecuaristas. Sem alarde e guardadas as proporções em âmbito nacional, eles conseguiram criaram impérios da mídia regional. Nenhum candidato majoritário disposto a conquistar cadeira de governador ou de senador, por exemplo, deixa de "pedir" bênção a João Dorileo Leal, um radialista dos anos 80 que se tornou dono do maior grupo de Comunicação do Estado, o Grupo Gazeta, que congrega jornal, instituto de pesquisa, rádios AM e FM e a TV Record Canal 10.
O mesmo acontece com o empresário Luiz Carlos Beccare, do Grupo Cidade Verde. Com a TV Cidade, ele explora a concessão da Band, avança no trabalho de integração por todos os municípios e ainda é dono das TVs Gazeta e MTV e da rádio Jovem Pan Cuiabá. Ueze Elias Zahran, que mora em Campo Grande, é dono do grupo que congrega várias empresas como a TV Centro América (Rede Globo). Um outro empresário que passou a investir na área de comunicação é Roberto Dorner. Ele adquiriu do ex-governador Júlio Campos a concessão da TV Rondon e detém agora a concessão do SBT em Cuiabá, Rondonópolis e Sinop.
Esses empresários, às vezes criticados pela vinculação com a classe política e por não abrirem espaço a programas em suas emissoras mais de cunho educativo, marcam posição num aspecto: são os principais responsáveis pela integração, por meio da comunicação, de um Estado com 903.357,9 km2, com quase três milhões de habitantes, distribuídos em 141 municípios, muitos situados nos chamados grotões e com mais de mil km de distância da capital mato-grossense.
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