Produção e proteção ambiental são inseparáveis; Maggi sugere etanol de milho
A dualidade da produção e proteção ambiental não pode ser vista mais como entrave para a agricultura brasileira. São fatores que precisam ser mais ponderados na produção e serem assimilados pelos agricultores com alternativas, a exemplo do investimento em produção de florestas e valor agregado de produtos, como a produção de etanol a partir do milho pelos produtores agrícolas de Mato Grosso, segundo sugeriu o governador Blairo Maggi.
A dualidade da produção e proteção ambiental não pode ser vista mais como entrave para a agricultura brasileira. São fatores que precisam ser mais ponderados na produção e serem assimilados pelos agricultores com alternativas, a exemplo do investimento em produção de florestas e valor agregado de produtos, como a produção de etanol a partir do milho pelos produtores agrícolas de Mato Grosso, segundo sugeriu o governador Blairo Maggi.
Estas foram algumas das conclusões no encerramento desta sexta-feira (21.08) da 3ª edição da Bienal dos Negócios da Agricultura, em Cuiabá. As avaliações foram feitas pelo governador; pela presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (TO); e pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Daniel Vargas no painel sobre desafios do agronegócio e as políticas governamentais para garantir renda à agricultura. A organização formou a mesa para debates com representantes de diferentes visões.
Maggi estimou que as questões logística e ambiental devem pesar cada vez mais entre os elementos do custo de produção dos agricultores. "Fica claro que no custo de produção a logística e a questão ambiental trazem ônus para os produtores, não só na imagem, mas como passivo ambiental. E reduzir o passivo vai custar caro", argumenta.
O ministro informou que entre as soluções para a agricultura está encontrar como incorporar áreas degradadas para se produzir mais. "O mercado de florestas plantadas no mundo movimentou 280 milhões de dólares em 2008. E nos próximos dez anos a previsão do mercado é que dobre ou talvez triplique".
LOGÍSTICA
A senadora, em crítica do setor ao governo afirma que "40% da produção nacional está abandonada em termos de logística, porque estão longe dos portos, mas com os produtores do Centro-Oeste como maiores devedores do Banco do Brasil". E também expôs a tendência de maior seriedade com que o tema ambiental deve ser tratado pelo agronegócio. "Temos que nos pautar pela ciência, temos grandes cientistas para nos dar luz no fim do túnel do que precisa. Não tem que ser feito o que os produtores querem e nem o que os ambientalistas querem", sugere.
Os impactos dos temas logística e sua relação com o meio ambiente e custo, continuamente calculado, estudado e reavaliado pelo setor agrícola, foram pormenorizados no debate do painel. Para a senadora Kátia Abreu, os custos para conclusão da BR-163 E 158 seriam de "apenas 1,5 bilhão de reais diante de 1 trilhão de arrecadação do governo federal". O ministro diz que a parte a asfaltar da BR 163 (em Mato Grosso e no Pará) deve ser concluída entre 2010 e 2011, pois está previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Ainda em infraestrutura logística, prevê a parlamentar, outros 1 bilhão de reais seriam utilizados para construir a Hidrovia Teles Pires Tapajós e faria com que "o custo da produção caísse, os produtores fossem melhor remunerados e a comida mais barata". Ela disse que a tecnologia da Embrapa fez com que o Brasil deixasse de ser importador de alimentos para ser produtor e exportador de parte da produção, fato que ocorreu entre 1974 e 1979.
A esse respeito, o ministro Daniel Vargas citou que no cenário para 2030, haverá maior demanda mundial por alimentos, o que fará ela se elevar em 30%, devido crescimento populacional. Ele registrou também que uma outra solução para a agricultura brasileira é o planejamento de longo prazo. Vargas citou, por exemplo, que a educação brasileira tem essa visão para os próximos 10 anos; o setor de energia 20 anos e a logística 30 anos.
A tese também foi defendida pelo governador Blairo Maggi. "A mais pura e cristalina verdade é que sem planejamento na coisa pública a gente não vai a canto nenhum. É diferente da vida privada e empresarial", diz.
PRODUÇÃO DE ETANOL
Ao avaliar o excesso da produção de milho de Mato Grosso sem local para estocar, o governador Blairo Maggi sugeriu que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) fizesse estudos para verificar a possibilidade de converter o excedente de produção em etanol (álcool combustível). "Passo um desafio para a Famato: temos que investigar cada vez mais a produção de etanol a partir do milho", afirma.
"Diferente dos Estados Unidos, onde se critica por desvio dos alimentos, temos excedentes de produção e cabe à federação, com seus técnicos, estudar", lançou a ideia. Para o governador, o valor agregado ao milho passa a ser oportunidade de renda ao agricultor mato-grossense para e uma produção importante para se manter a cultura da soja.
A Bienal da Agricultura em Mato Grosso foi promovida pela Famato, Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Associação dos Produtores de Algodão (Ampa), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Comentários