PED mostrará forças de Serys e Abicalil
O Programa de Eleições Diretas do Partido dos Trabalhadores promete acirrar a disputa entre Serys e Abicalil para concorrer ao Senado
A disputa interna pela presidência do PT no Estado e nos municípios coloca em evidência ainda mais as divergências entre os grupos liderados pelo deputado federal Carlos Abicalil, atual presidente do diretório regional, e a senadora Serys Slhessarenko. A liderança do partido reforça na prática os planos políticos de cada um frente ao processo eleitoral de 2010.
As ações desenhadas na sigla também apontam possível enfrentamento entre Abicalil e Serys na corrida ao Senado – numa disputa interna que poderá ser definida através das prévias. O grupo ligado a Abicalil realiza amanhã na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) plenária para discutir o Programa de Eleições Diretas (PED), marcado para o dia 22 de novembro, em todo o país.
O nome de Abicalil é consenso, pela sua ala, para a reeleição à presidência do diretório regional. Ex-dirigente estadual do PT, Serys abriu mão de pleitear o comando do partido. No entanto, a senadora dividiu o seu apoio a dois membros petistas. A eleição de um de seus candidatos poderá colaborar com seu projeto de garantir o apoio interno para a disputa à reeleição ao Senado.
A senadora apóia as candidaturas do vereador Lúdio Cabral e o membro do diretório regional, Zelandes Santiago. Dessa forma ela irá agregar respaldo, em 2010, das correntes dos dois candidatos à presidência do partido.
Sobre a meta de conseguir ser confirmada como candidata única do PT ao Senado novamente, ela prefere destacar que o nome de Abicalil ainda não foi posto na legenda como candidato virtual ao Senado. “Ele não me disse nada sobre isso até agora e essa questão também não foi colocada no partido. Então, não posso comentar um cenário que não está oficializado”, disparou.
Ela também assegura que a ex-deputada estadual Vera Araújo faz parte do grupo que respalda sua reeleição ao Senado. A ex-parlamentar integra corrente ligada a Abicalil. Em posição de extrema cautela, Abicalil disse que só discutirá o processo eleitoral de 2010 “em 2010”. Ele reiterou ainda que o partido está com as ações voltadas para o processo de eleições internas e sobre os trabalhos de fortalecimento.
Segundo ele, a sigla atua no sentido de construir uma plataforma de apoio ao projeto majoritário do PT às próximas eleições – que é a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na disputa à presidência da República. O nome do parlamentar é visto por seu grupo como importante via para eventual disputa ao Senado.
Um dos mais próximos aliados de Abicalil, o deputado estadual Alexandre Cesar admitiu que o PT estadual poderá definir o impasse sobre o candidato ao Senado por meio da realização de prévias. “É um direito da senadora Serys expressar sua vontade de ser reeleita ao Senado. Mas é o partido que vai decidir essas preposições e o PT não aceita imposições. Se houver necessidade de disputa interna poderão ocorrer prévias, mas isso é visto de forma natural e democrática”, disse Alexandre.
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