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Politica Brasil
Quinta - 20 de Agosto de 2009 às 18:37

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O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), criticou nesta quinta-feira a decisão do líder do partido no Senado, Aloizio Mercadante (SP), de entregar o cargo depois da orientação da cúpula da legenda para o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-SP). Berzoini conversou com Mercadante por telefone nesta quinta-feira e disse ao petista que seria um "erro" deixar a legenda neste momento.

Questionado se havia feito um apelo para o petista permanecer na liderança, Berzoini disse que criticar sua saída não significa fazer um apelo para que Mercadante ficasse no cargo. "Eu disse que acho um erro ele sair, o que é diferente de pedir para ele ficar", afirmou à Folha Online.

O petista vai participar do encontro de Mercadante com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ocorrer nesta noite --depois que Lula chegar em Brasília. O presidente passou a quinta-feira em compromissos oficiais no Rio Grande do Norte.

Ao longo do dia, interlocutores de Lula afirmam que o presidente faria um apelo para Mercadante ficar no cargo. Preocupado com a crise no Senado, Lula demonstrou estar contrariado com mudanças na liderança neste momento. O presidente estaria disposto a discutir com o líder alternativas que permitam maior liberdade à bancada do PT no Senado.

Com o desenrolar das conversas nos bastidores, os mesmos aliados de Lula passaram a afirmar que o presidente não vai interferir na decisão do petista. Apenas pretende discutir a crise do partido no Senado, tendo em mente que os próprios parlamentares devem solucionar as suas divergências.

Mercadante chegou a anunciar que faria discurso esta tarde no Senado para renunciar à liderança, mas voltou atrás depois de receber um telefonema do ministro José Múcio (Relações Institucionais) com o pedido para que se encontrasse com Lula. O petista preferiu esperar a conversa com o presidente antes de decidir se deixará a liderança.

Desgaste

Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética que arquivou, nesta quarta-feira, as 11 denúncias e representações contra Sarney. O líder manteve no conselho os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC), que haviam manifestado indisposição de votar em favor do peemedebista.

Os senadores, no entanto, seguiram determinação do presidente do PT para o voto pelo arquivamento dos processos contra Sarney.

Delcídio acusou Mercadante de não ter atendido seus apelos para substituir os petistas no conselho. O senador também ficou irritado com o fato do líder ter deixado para o senador João Pedro (PT-AM) a leitura da nota de Berzoini com a orientação para que os petistas do conselho votassem pró-Sarney.

"Seria uma hipocrisia eu ler uma nota com a qual eu não concordo. Eu disse que não encaminharia essa posição", afirmou Mercadante.

Delcídio, por sua vez, disse que Mercadante havia se comprometido anteriormente em fazer a leitura da nota --mas evitou o desgaste para não ficar com a imagem arranhada junto à opinião pública.





Fonte: Folha Online

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