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Politica Brasil
Quinta - 20 de Agosto de 2009 às 12:13
Por: Andréa Haddad

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Uma briga de bastidores entre dois advogados pelo bônus da liberação da servidora da Prefeitura de Várzea Grande, Jaqueline Favetti, que ficou nove dias presa, pode parar no Conselho de Ética da OAB-MT. Servidora efetiva há mais de 20 anos, ela foi presa em 10 de agosto, com mais 10 pessoas, por suposto beneficiamento de empresas que participaram da licitação do PAC no município.

Nesta quarta (19), ao ter a prisão revogada pelo juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, Jaqueline foi protagonista, mesmo sem intenção, de um episódio no mínimo curioso nos bastidores do Judiciário. O advogado José Petran Toledo Pizza, do escritório Toledo Pizza e Associados, entrou em contato com a imprensa e informou que o pedido de revogação da prisão preventiva, apresentado por ele na Justiça Federal, fora acatado por Julier.

Minutos depois, porém, o advogado Pedro Verão procurou o RDNews para dizer que é advogado de Jaqueline. A informação foi endossada por servidores do primeiro escalão da Prefeitura de Várzea Grande. Verão alega ser o autor do pedido de revogação da prisão preventiva. Teria, inclusive, conversado com o procurador da República Mário Lúcio Avelar a respeito. Segundo Verão, o MPF emitiu parecer favorável ao recurso que pedia a revogação da prisão, que foi acatado na mesma tarde por Julier. Verão analisa a possibilidade de recorrer à Comissão de Ética da OAB-MT. “Há pessoas que tentam passar na frente dos procedimentos. Mas vou analisar isso depois, inclusive com a possibilidade de recorrer à Comissão de Ética da Ordem”, afirmou.

Na bronca com o colega, José Petran resolveu provar que, de fato, é o advogado constituído de Jaqueline e o responsável pelo pedido de revogação da prisão dela. Para tanto, colocou a disposição dos interessados o documento, protocolado na Justiça Federal, em 19 de agosto, e anexado aos autos do processo nº 2009.36.00.011580-2, em que requer a revogação da prisão por “não persistirem os motivos ensejados da mesma e por ter sido concedida liminar em habeas corpus para outros réus do mesmo processo”. O documento é assinado por Petran e pela filha, a advogada Iza Karol Gomes Luzardo Pizza. Ele também fez questão de apresentar a procuração assinada por Jaqueline em que confere amplos poderes ao advogado para propor as ações competentes e defendê-la nas contrárias.

Em geral, advogados faturam alto com as mega-operações da Polícia Federal e do Gaeco que visam políticos, médicos, servidores e até mesmo advogados. Especula-se que chegam a cobrar até R$ 300 mil para revogar prisões ou conseguir habeas corpus nas instâncias superiores.





Fonte: RD News

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