Relatório de passagens isenta Carlos Abicalil

O relatório da sindicância sobre venda de cotas de passagens aéreas dos deputados federais concluiu que o bilhete de viagem de um colaborador do empresário Fernando Sarney foi pago pela Câmara graças à ação de dois assessores dos deputados Valadares Filho (PSB-SE) e Carlos Abicalil (PT-MT). Eles comercializaram créditos de passagens com um agente de viagens. A conclusão isenta os parlamentares de responsabilidade no processo.

O colaborador de Fernando Sarney, Marco Antônio Bogéa, que viajou várias vezes com as passagens de Valadares e Abicalil foi, em uma delas, de Brasília para São Paulo transportando uma mala com conteúdo não identificado pela Polícia Federal.

E essa viagem, especificamente, foi feita com uma passagem da cota do petista mato-grossense. Valadares, assim como fez Abicalil, também demitiu seu assessor, José Ribamar de Abreu.

Bogéa ainda teria viajado oito vezes, com créditos de passagens de outros gabinetes. O chefe de Bogéa, Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi indiciado por formação de quadrilha, instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Outro lado - Abicalil diz que ainda não teve acesso ao inteiro teor do relatório, mas da parte que foi informado, soube que uma passagem da cota de Valadares foi negociada por uma empresa de turismo e no gabinete desse mesmo parlamentar foram emitidos bilhetes em favor do gabinete do petista. O deputado mato-grossense faz questão de ressaltar que foi ele próprio quem pediu a abertura da investigação quando, no mês de maio, se tornou público o fato de que passagem de sua cota estava no escândalo que ficou conhecido como a farra das passagens.

Ele destaca ainda que no início do mês de agosto, logo que ficou sabendo do envolvimento do seu chefe de gabinete, Manfred Rodriguez, exonerou o funcionário.