Articulações eram "extra-muro", diz Santos sobre o PAC
O programa foi acompanhado atentamente por vários secretários de Santos, como Edivá Alves, da secretaria de Trânsito e Transporte Urbano, Aparecido Alves, coordenador das obras do PAC, e Agripino Bonilha, secretário especial da Copa, além do secretário de Comunicação, Flávio Garcia e do vereador Roossivel Coelho (PSDB). Todos permaneceram sentados na “primeira fila” e acompanharam atentamente as palavras do chefe do Palácio Alencastro. Eles fizeram, inclusive, questão de ficar dentro do estúdio da TV para não perder nenhum lance. “Agora vamos montar um bom edital e começar tudo de novo”, garante Santos.
Ao ser perguntado se, a exemplo do prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR), recebeu doações de empreiteiros que venceram as licitações das obras do PAC em Cuiabá, Santos desconversa. “Eu não sei de cabeça o nome de todos os meus doadores, entretanto, a maioria dos recursos vieram do comitê nacional do PSDB”, afirma. O tucano aproveitou a deixa para defender a classe política. “Todos os candidatos são obrigados a receber financiamento privado”, disse, para em seguida afirmar que é a favor do financiamento público das campanhas. Murilo, por sua vez, recebeu R$ 100 mil do ex-prefeito de Cuiabá, Anildo Lima Barros, proprietário da Gemini, uma das empresas do Consórcio Cuiabano que executa obras em Cuiabá e Várzea Grande.
Santos fez questão ainda de ler uma nota emitida pela Controladoria-Geral da União. O órgão diz que todas as irregularidades do PAC de Cuiabá são sanáveis. “Eles (CGU) nunca usaram o termo super-faturamento, mas sim o sobre-preço. Isso quer dizer que a tabela da Caixa Econômica e da CGU são diferentes, nós não temos culpa”, se defende. O prefeito tucano garantiu ainda que o ex-procurador-geral do município, José Rosa, e os membros da comissão de processo licitatório, Ana Virgínia, a Naná, e Adilson Moreira vão ser investigados com rigor. “O novo procurador, Ussiel Tavares terá essa missão. Se eles forem culpados vão ser punidos”, avisa.
Eleições
Wilson Santos é um dos nomes lembrados na disputa ao Palácio Paiaguás em 2010. Entretanto, com a série de escândalos envolvendo as obras do PAC e com repercussão negativa nacional, a tendência é que o nome do tucano fique desgastado e que ele desista da disputa. Santos tem desconversado sobre a sua pré-candidatura, mas nos bastidores sabe-se que ele articula a viabilização de seu nome, principalmente porque há uma cobrança do partido em nível nacional para fortalecer o nome de José Serra, que deve disputar a vaga de presidente. Outros pré-candidatos são o vice-governador Silval Barbosa (PMDB), o senador Jayme Campos (DEM) e o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP).
Durante a entrevista, o prefeito disse que a administração de Cuiabá é o seu principal foco e, que, agora, ele está planejando a cidade para receber os jogos mundiais em 2014. “Nunca disse que sou candidato a governador. Ano que vem vamos discutir. Só Deus pode decidir se sou ou não candidato”, afirmou entre risos ao contar que esteve reunido com cerca de 300 pessoas, em Água Boa, no sábado (15). “Deixei bem claro que estava lá como presidente estadual do PSDB e não como candidato ao governo”, reforça.
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