Para Ciro, Datafolha reforça sua intenção de disputar Planalto
O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) avalia que a pesquisa Datafolha publicada ontem reforça sua tese de que o governo precisa ter mais de um candidato à sucessão do presidente Lula em 2010.
Quando seu nome não está na disputa, Dilma Rousseff (PT) sobe de 16% para 19%. Mas o governador José Serra passa de 37% para 44%, o que o aproximaria de uma vitória no primeiro turno da eleição.
Ciro se disse "animado" com a pesquisa --ele tem 16% das intenções de voto e quanto mais se aproxima da candidatura presidencial, mais se afasta da disputa ao governo paulista.
Ciro quer ser candidato à Presidência pela terceira vez, mas Lula articula para que ele seja candidato ao governo de São Paulo, abrindo caminho para uma disputa apenas entre Dilma e o candidato do PSDB, Serra ou Aécio Neves (MG).
O plano ia bem até surgir a hipótese de a senadora Marina Silva (PT) concorrer pelo PV, que é avaliada pelo governo como prejudicial a Dilma, por tirar votos de potenciais eleitores da ministra.
Para Ciro, acreditar que Marina vai continuar com apenas 3% das intenções de voto, percentual revelado pelo Datafolha, é um "equívoco", porque ela tem "enorme potencial".
Ele atribuiu o fato de Dilma ter ficado estável no levantamento à provável entrada de Marina na disputa. Os demais candidatos pesquisados não se manifestaram.
De acordo com o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), a pesquisa é positiva. Segundo ele, apesar da exposição negativa da ministra Dilma Rousseff nas últimas semanas --consequência do apoio governista ao presidente do Senado, José Sarney--, ela não caiu nas intenções de voto.
Vaccarezza reconhece em Ciro Gomes um candidato forte ao Planalto. "Mas achamos que ele e o PSB vão preferir uma candidatura em São Paulo, com apoio de Lula e do PT", diz.
Segundo o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, a pesquisa mostra que as possíveis candidaturas de Ciro e Marina são bem mais preocupantes para o governo do que para a oposição.
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