PSDB mantém Chica com prisão do dirigente da Comissão
A Juventude tucana quer também a saída de Chica por entender que ela não segue orientação partidária. Uma eventual expulsão a levaria à perda do mandato, já que, pela regra pró-fidelidade do TSE instituída desde março de 2007, o mandato pertence ao partido e não ao ocupante do posto. O curioso é que o primeiro suplente do PSDB na Assembleia é Carlos Avalone, que também está preso, a exemplo de José Rosa. Assim, a vaga ficaria com Carlos Carlão do Nascimento, secretário de Educação da Capital.
José Rosa recebeu o pedido da Juventude e, sob pressão popular, escolheu o procurador do Estado José Vitor Gargaglione para ser o relator do processo. Nos bastidores, a orientação seria para bater duro pela expulsão da parlamentar. Gargaglione tinha previsto concluir as investigações até o final deste mês. Ele já se preparava para intimar Chica para esta apresentar defesa em 10 dias, quando "estourou" a bomba sobre a prisão de José Antonio Rosa, um dos antigos filiados do PSDB. Sem alarde, o grupo de Chica, esposa do prefeito de Barão de Melgaço, Marcelo Ribeiro (PP), comemorou o fato do presidente da Comissão de Ética ter ido parar na cadeia. Rosa é acusado de direcionar processos licitatórios relacionados às obras do PAC. Foi preso com outras 10 pessoas.
Gargaglione agora se vê impotente para prosseguir as investigações. Enquanto isso, Chica Nunes dá sinais de mais uma sobrevida política. Se o relatório for pela expulsão, Chica dirá que o partido não tem moral para tanto e, muito menos, a Comissão de Ética porque o próprio presidente foi indiciado por crimes. A tendência, então, é que mais uma vez Chica se livre de embaraços no seu caminho de deputada.
Ela teve o mandato cassado por compra de votos, num processo que culminou também na cassação do deputado federal Pedro Henry (PP). Ambos, porém, continuam no cargo porque obtiveram liminar no TSE. Chica está determinada a buscar a reeleição, uma estratégia para manter a imunidade parlamentar. Está preocupada com sua situação jurídica, que é tão grave que a Delegacia Fazendária, na conclusão do inquérito que apurou irregularidades na gestão tucana na Câmara, solicitou a sua prisão. Chica foi salva pelo foro privilegiado.
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