Após Ralf, escândalo atinge vereador por Rondonópolis
Não é só Ralf Leite (PRTB) da safra dos 1.237 vereadores empossados nos 141 municípios mato-grossenses em janeiro deste ano que vem promovendo escândalos. Alguns já se envolveram até em casos de pedofilia, de espancamento e de porte ilegal de armas. O último a manchar a imagem daqueles parlamentares eleitos e/ou reeleitos para representar sua população na vida pública é o polêmico radialista, apresentador de TV e vereador por Rondonópolis, João Gomes (PR). Como profissional da imprensa, ele se posa de paladino da moralidade e dispara sua metralhadora verbal para todo lado. Agora se vê acuado. Atirou no próprio pé.
João Gomes foi detido por porte ilegal de arma quando estava num bar, na periferia de Rondonópolis, bebendo com os amigos. O pivô do escândalo foi a ex-esposa Veronice Alves dos Santos. Ela o procurou para uma conversa e os ânimos se acirraram. A polícia compareceu e acabou descobrindo no veículo do parlamentar um revólver calibre 38, com 11 munições intactas, e um canivete. João Gomes foi detido, pagou fiança e acabou liberado horas depois. O pior veio depois. Veronice abriu a boca. Acusou o ex-marido de ser pedófilo e de tê-la agredida várias vezes quando ambos convivam juntos - saiba mais aqui.
O caso é mais um escândalo. Mesmo que timidamente, alguns segmentos começam a se organizar para pressionar a Câmara Municipal no sentido de abrir investigação contra o vereador por quebra de decoro parlamentar. A chance de isso ocorrer, porém, é remota. Primeiro, a maioria teme represália e o poder de influência que exerce o apresentador da TV Record, emissora de propriedade do deputado federal Wellington Fagundes. Segundo, dos 12 vereadores, 6 são do PR, mesmo partido de João Gomes, inclusive o presidente da Câmara, Hélio Pichioni. João Gomes foi o mais votado nas urnas de 2008 para vereador. Teve 3.707 votos.
Em Cuiabá, sob pressão popular, Ralf Leite não aguentou sete meses no cargo. Teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. Ele se envolveu numa série de confusões. Primeiro, foi flagrado embriagado, na condução de um veículo e em ato libidinoso com um menor travesti e, de quebra, ainda teria desacatado os PMs que detiveram-no. Depois, "armou" para o lado do colega Domingos Sávio, que era relator do processo de investigação na Câmara. O peemedebista foi acusado por uma mulher de omissão de socorro no lago de Manso e que quase a levou à morte por afogamento. Depois, Ralf agrediu a ex-namorada. Com tanta confusão, o vereador perdeu o mandato, num processo marcado por manobras e conchaves políticos e jurídicos.
Em São José do Rio Claro, o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Iraceldo Luiz Cezaro, o Gauchinho (PDT), foi preso sob acusação de pedofilia. Teria explorado sexualmente várias adolescentes, uma delas de 16 anos. A Câmara abriu investigação contra o pedetista. E, assim, de escândalo em escândalo, seguem os legislativos em todas as esferas do Poder no país.
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