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Politica Brasil
Sábado - 15 de Agosto de 2009 às 17:57

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Depois de negar publicamente, em junho, ter conhecimento da utilização de atos secretos pelo Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), admitiu neste sábado, 15, que já havia sido informado da descoberta da prática no final de maio.

A confirmação foi uma reação à declaração do ex-diretor do Senado Ralph Siqueira, que em entrevista ao Estado deste sábado disse que avisou Sarney, num encontro entre 28 e 29 de maio, da existência de atos secretos. O senador se manifestou por meio de nota, divulgada por sua assessoria.

Em discurso na tribuna em 16 de junho, Sarney foi taxativo: "Eu não sei o que é ato secreto". A revelação de que Sarney pode ter mentido no plenário do Senado gerou reação de senadores da oposição. "Se este fato se comprovar, está caracterizada a quebra de decoro. Para nós, este elemento sozinho já seria suficiente", reagiu neste sábado o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). "Isso acrescenta mais uma motivação à nossa intenção de votar a favor da abertura dos processos contra ele."

Sarney confirmou também outra declaração dada por Siqueira: a de que todos os atos secretos foram publicados, sem alarde, entre abril e maio deste ano. A manobra só foi revelada em reportagem do Estado no dia 10 de junho.

Em sua nota, Sarney não explica os motivos que levaram a administração da Casa a inserir mais de 500 atos secretos de maneira encoberta e sem qualquer investigação preliminar, inclusive antes dos trabalhos da comissão de sindicância que analisou o assunto.

O senador diz, na nota, que a declaração de Siqueira ex-diretor de Recursos Humanos "não constitui nenhuma novidade".

Assessores de Sarney entraram em contato com Ralph Siqueira neste sábado. Negociaram com ele a divulgação de uma nota oficial por parte do servidor para tentar amenizar o impacto da entrevista dada ao Estado. Siqueira deve sofrer um processo disciplinar por ter publicado os atos secretos sem alarde. Ele avalia agora apresentar uma versão que não prejudique Sarney e, por outro lado, o ajude no processo disciplinar dentro do Senado.

Sarney afirma também que, na data de seu discurso em 16 de junho, já havia recebido o relatório final da comissão que analisou os atos secretos: "Em 16 de junho, esta Comissão encerrou seus trabalhos". O presidente do Senado recebeu, no máximo, um relatório preliminar. A comissão encerrou seus trabalhos no dia 19 de junho, três dias depois de seu discurso. Naquela sexta-feira, a servidora Dóris Peixoto, integrante da comissão na época e hoje diretora de Recursos Humanos, entregou a assessores do senador o relatório e um CD com os atos secretos. A conclusão dos trabalhos foi divulgada à Mesa Diretora somente no dia 23, uma semana depois do discurso de Sarney.





Fonte: O Estado de São Paulo

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