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Politica Brasil
Sábado - 15 de Agosto de 2009 às 14:09

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Ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, Ralph Siqueira afirmou que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi informado no fim de maio sobre a existência de atos secretos e a publicação às escondidas de todos esses boletins na rede interna na Casa. As declarações foram dadas em entrevista publicada neste sábado (5) ao jornal “O Estado de São Paulo”.

Siqueira é apontado como responsável pela inserção das medidas, de maneira oculta, no sistema que divulga essas informações. Ele se defendeu das acusações de que tentou legalizar cerca de mil atos secretos – 511 foram divulgados em junho e 468 referentes a 1998 e 1999 vieram à tona na última quarta (12).

De acordo com o jornal, Siqueira teria informado todos os seus superiores: o diretor-geral, o primeiro-secretário e o presidente da Casa.

Para o jornal, Siqueira afirmou que teve um encontro com Sarney entre 28 e 29 de maio, após a nomeação de uma comissão para investigar esses atos. Ele afirma que Sarney foi informado da existência de atos secretos e da inserção de dados no sistema. “Ao presidente Sarney, comuniquei que havia sido nomeada essa comissão da qual eu participava e que havia indícios de omissão deliberada. Era meu dever falar ao presidente o que já tinha falado ao diretor-geral. Nesse despacho, eu disse que esses atos tinham sido disponibilizados na rede. Ele sabia”, afirmou Siqueira.

Conforme Siqueira, Sarney teria até confirmado que anularia um desses atos, referentes ao reajuste de salário dos chefes de gabinete de secretarias, segundo o jornal.

O despacho entre Siqueira e Sarney ocorreu antes da reportagem publicada pelo jornal, em 10 de junho, que revelou a prática de edição de atos secretos no Senado. Seis dias depois, Sarney afirmou aos senadores que não sabia o que era ato secreto. Segundo Siqueira, o senador sabia que o Senado estava investigando o assunto e que os boletins haviam sido publicados às escondidas.

Siqueira assumiu a diretoria da Secretaria de Recursos Humanos em março e foi exonerado por Sarney em 23 de junho. A participação de Siqueira na revelação desses boletins começou em abril.

Segundo o jornal, Siqueira contou que ordenou a publicação dos boletins no início de abril, mas diz que não sabia do caráter sigiloso dos documentos. Ele acreditava que apenas alguns atos não tinham sido colocados na rede do Senado. “Eu não sabia que não tinham sido publicados. Achei que, por algum erro técnico, não tivessem sido disponibilizados”, diz. “Se eu tivesse imaginado que seriam tantos boletins, não teria feito isso”.

O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), também teria alertado Siqueira para a possibilidade de atos secretos.

O nome de Ralph Siqueira veio à tona na quinta-feira (13), quando Heráclito afirmou que 468 novos atos secretos tinham sido colocados recentemente na rede interna do Senado. O senador classificou a atitude de “sabotagem” e insinuou que o grupo do ex-diretor Agaciel Maia estaria por trás disso.

Siqueira informou ao jornal que a nova leva entrou na rede entre abril e maio e negou relação com Agaciel.

Procurada pelo G1, a assessoria de Sarney informou que vai divulgar uma nota esclarecendo dos fatos na tarde deste sábado (15).





Fonte: Do G1

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