Com ratoeira nas mãos, Ceará pede CPI contra Lutero
O coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Antônio Cavalcante Filho, o Ceará, entregou, nesta quarta (5), nova representação contra o ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Lutero Ponce (PMDB), apontado pela Delegacia Fazendária como um dos responsáveis pelo “rombo” de R$ 7,5 milhões nos cofres do Legislativo. Junto com o documento, entregue nas mãos do atual presidente Deucimar Silva (PP), Ceará deu de presente à Casa de Leis uma ratoeira e, de quebra, colocou R$ 2 dentro de isca. “É uma forma simbólica de protestarmos contra 10 anos de sucessivas roubalheiras na Câmara de Cuiabá”, explicou.
O progressista, por sua vez, respondeu que está fazendo sua parte. Ele pretende colocar em votação na sessão desta quinta (6) a representação do MCCE junto com o pedido de abertura de CPI contra Lutero. Além de Ceará, assinaram o documento o presidente da OAB, seccional de Mato Grosso, Francisco Faiad, o advogado do MCCE, Vilson Nery, e a presidente do Sintep, subsede de Cuiabá, Helena Maria Bortolo, candidata derrotada nas eleições de 2008 ao cargo de vereadora.
Foram anexos à representação matérias jornalistas que detalham o indiciamento de Lutero e de outras 17 pessoas envolvidas nas supostas fraudes. “Não resta dúvida sobre a competência da Câmara de Vereadores para promover a cassação do mandato de um de seus membros”, diz um trecho do documento, fundamento no art. 20 incisos II e III da Lei Orgânica do Município e de Cuiabá, art. 5º e 7º do Decreto Lei 201/67 e art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa.
Ceará ressaltou que as atividades do MCCE iniciaram justamente em função da denuncia do ex-presidente da Câmara, vereador Wilson Coutinho, de um “rombo” de R$ 6 milhões. “A denúncia foi feita em 1999. Desde então, passamos a atuar no combate à corrupção nos órgãos públicos”, lembrou.
Comentários