Adevair nega acordão, ataca Deucimar e vê injustiça
Apesar disso, o pedetista voltou a defender que a votação do pedido de cassação de Ralf seja fechada. Adevair disse ainda que pretende mostrar o seu voto caso a decisão do plenário seja pela votação fechada. “Faço questão de mostrar a todos”, disse, para depois completar: “vou votar com a lei e vou desafiar Deucimar do plenário”. No caso de uma votação secreta, fica proibido revelar o voto. A insistência de Adevair pode provocar a anulação e, consequentemente, ser fundamental numa eventual absolvição de Ralf. Ele nega publicamente, mas nos bastidores, se articula para evitar cassação dos dois vereadores envolvidos em escândalos.
Na avaliação de Adevair, a imposição feita pelo presidente Deucimar Silva (PP) de “jogar a responsabilidade” para o plenário decidir se a votação será aberta ou não, tem o objetivo de “expor os vereadores”. “Não adianta votarmos o pedido de perda do mandato abertamente e daqui a uma semana Ralf estar de volta porque a Justiça mandou. Tem gente que quer usar cassações para fazer palanque”, disparou, numa referência ao presidente do Legislativo Deucimar, pré-candidato a deputado estadual.
Ao que parece, apesar de ser vice-presidente da Mesa Diretora, Adevair Cabral está revoltado com as ações de Deucimar. “Não podemos deixar a Câmara ser desmoralizada novamente. A assessoria jurídica disse que o voto é fechado, mas Deucimar acha que está acima do que diz a Justiça”, ironizou o parlamentar, durante entrevista ao lado dos colegas de partido Toninho de Souza e do suplente Sérgio Cintra, que até distribuiu convite de posse na esperança de assumir a vaga de Adevair por alguns meses.
Postura
O secretário-geral do PDT, Marco Túlio, disse na entrevista que o partido decidiu pela orientação à bancada do voto pela punição de Ralf e Lutero. Assim, entende que haverá resgate da moralidade e da ética na Câmara. Pondera que os parlamentares têm autonomia para deliberar sobre o assunto. “O episódio de ontem (sobre matéria no RDNews) não reflete a verdade. Defendemos abertamente a moralidade e a ética”, disse Túlio.
O vereador Toninho de Souza, por sua vez, frisou que os vereadores definiram que vão votar juntos pela cassação de Ralf e pela criação da Comissão Processante contra Lutero. “Todo mundo sabe o meu posicionamento e o de Cabral é o mesmo. Precisamos resolver esses problemas para podermos trabalhar”. Diferente da posição de Adevair, Toninho defende que a votação do pedido de cassação de Ralf seja aberta.
Sobre a alteração da data de sua licença, programada previamente para esta terça (4), Adevair Cabral disse que optou pela mudança porque quer terminar o que começou. “Eu acompanhei todo o processo e não vou amarelar agora. Por isso vou me afastar somente na quinta (6). Assim, o professor Sérgio Cintra deve assumir a vaga na próxima terça (11).
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