Maggi afirma que MT está pronto para começar obras
Em entrevista ao programa Bom Dia Mato Grosso (TV Centro América), na manhã desta terça-feira (04.08), o governador Blairo Maggi falou dos projetos do Governo para a Copa do Mundo de 2014, tirou dúvidas a respeito do início das obras e esclareceu pontos como o futuro do trânsito, desapropriações, capacitação de profissionais para o evento e a preparação do Estado de uma forma geral. O governador ainda falou sobre as perspectivas de gasto, apoio do Governo Federal e sobre as vantagens e benefícios que Cuiabá e Mato Grosso terão antes, durante e pós-Copa. Confira trecho da entrevista concedida pelo governador na manhã de hoje:
Pergunta: Quando começam as obras da Copa do Mundo?
Blairo Maggi: Primeiro, estamos nos organizando. Há mais de dois anos estamos trabalhando na Copa do Mundo, mas não não podíamos dar início a qualquer atividade que podia ter um gasto maior do que o previsto, sob a pena de que se não fossemos escolhidos como sede, uma vez que não teríamos condições de realizar as obras. Mas, temos alguns prazos que estão sendo observados e são fundamentais. Eles têm que ser obedecidos para que a coisa aconteça. Até dia 31 deste mês, temos que estar com todos os projetos básicos prontos. Até o final de janeiro e início de fevereiro, deveremos estar com as obras licitadas. Essas obras devem começar, na prática, no máximo até fevereiro de 2010. Pelo menos, as obras relacionadas a estádio e centros de treinamentos. Outras obras dentro da cidade já poderão começar. Marquei uma reunião com o prefeito na segunda-feira para que a gente possa começar a discutir alguns projetos que estão prontos pela prefeitura e começar a desenvolver esses projetos porque nós temos pouco tempo. Se pensarmos que a Copa do Mundo é em 2014, parece longe, mas em 2013, quando vier a Copa das Confederações e a gente não sabe se vai participar dela, já deveremos estar prontos. Então, o tempo é muito curto. Nós não podemos esperar muito não.
Quanto Mato Grosso vai gastar para Cuiabá sediar a Copa?
Existem estimativas de toda ordem. Eu diria que para o Estado de Mato Grosso está sendo preparado investimento de até um bilhão de reais para que possamos realizar a Copa. Isso com recursos próprios do Estado. Estamos organizando nosso orçamento para que em quatro anos tenhamos esses recursos disponíveis. Por parte do Governo Federal esperamos investimentos para o aeroporto e um novo hospital. Como sede de copa, as cidades receberão do Governo Federal uma sinalização que será priorizada. Assim, o Ministério da Saúde tem que priorizar, pois são obras que já estão programadas. O aeroporto também. Sua ampliação já está programada. Na questão da segurança, as 12 cidades escolhidas como sedes, terão um programa único de segurança. E nisso, estamos aguardando um posicionamento da união. É por aí que virão os outros recursos. Por exemplo, eu acho que as cidades de Cuiabá e Várzea Grande, na minha avaliação e estou trabalhando para isso, é que ambas sejam totalmente asfaltadas até 2014. Isso depende também de investimento das duas prefeituras. Embora eu conheça a realidade das duas prefeituras e nós estamos esperando a colaboração política para que possamos fazer essas obras. Por parte do Estado, estaremos priorizando os investimentos na Baixada Cuiabana nesse período e o Governo Federal estará priorizando as 12 sedes da Copa de 2014.
Haverá o investimento de um bilhão para a Copa. E como o Governo está fazendo esse planejamento para não comprometer outras áreas da máquina pública estadual, já que um bilhão é muito dinheiro. Não faltará verba para outros setores?
É muito dinheiro sim. Nós temos que priorizar esses investimentos. Nós temos aumento de arrecadação prevista para esse período e é claro que não é de todo esse valor de um bilhão. Nós temos alguns fundos que estão direcionados para servir a Copa do Mundo. Na realidade, não podemos dizer que vamos atender 100% do que vínhamos atendendo em Mato Grosso mais a Copa do Mundo. Isso seria fazer milagre e não quero enganar ninguém. O Estado vai priorizar neste momento investimentos na Baixada Cuiabana. Os programas de rodovias, os programas habitacionais, irão continuar. O Governo Federal criou um programa habitacional que supre o nosso. Não temos a necessidade de utilizar nossos recursos. Dessa forma, podemos pegar esse recurso e colocar à disposição da Copa do Mundo. É uma engenharia, um trabalho muito grande, mas tenho dito que não podemos parar o Estado para fazer a Copa, mas não podemos deixar de fazer a Copa. Então, o governador e a equipe de Governo tem que saber dosar muito bem isso porque não pode parar o Estado em função da Copa do Mundo.
Há dois meses Cuiabá foi escolhida como sede. E porque a agência que vai cuidar da Copa ainda não saiu do papel?
Porque nós estamos observando muito bem como as coisas estão acontecendo. Por exemplo, agora, no dia 31 de agosto, embarco para a África do Sul junto com um grupo de empresários, dirigentes de órgãos estaduais para que possamos observar o que aconteceu lá na África, nas cidades onde está acontecendo a preparação para sabermos o que deu certo e o que deu errado. Não precisamos repetir os mesmos erros deles. Então, a concepção de uma agência é muito importante e quero consolidar isso. Vamos ter três eleições durante esse período da Copa do Mundo, a minha sucessão em 2010, a sucessão dos prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande em 2012 e já iniciando o quadro de eleições para 2014. Então, não gostaríamos de ver os políticos utilizarem esse grande evento, o maior evento da cidade, para fazer política.
E quem seria o dirigente dessa agência?
Isso ainda vamos discutir.
E o Senhor poderia ser o diretor dessa agência?
Eu poderia ser, mas isso não está definido. Eu tenho meu mandato como governador. E minha preocupação é a seguinte: Enquanto eu for governador, tenho certeza de como as coisas irão acontecer. Estão planejadas e projetadas. O que vai ser no futuro? Vai depender de quem vai me suceder. Então, essa é a dúvida que estamos tendo nesse momento.
E o Senhor tem planos de integração turística de Cuiabá com Chapada dos Guimarães e outros municípios?
O que eu penso que o Estado tem que fazer nesse momento, é infra-estrutura necessária para acessar esses locais. Toda a Baixada Cuiabana será interligada com asfalto. Para a Chapada dos Guimarães, o que estamos prevendo é a duplicação da rodovia que temos hoje. Nós temos outros projetos de turismo sendo implementados ou esperando as licenças ambientais como teleféricos, balões e outras coisas para fazer com que a Chapada tenha outros atrativos que não só a beleza cênica. Eu espero que a iniciativa privada faça os investimentos e olhe as oportunidades, porque a Copa do Mundo é uma grande oportunidade para muita gente em Cuiabá e Mato Grosso.
E a Copa poderá ajudar a melhorar as condições econômicas e sociais de municípios que estão estagnados?
Veja bem, nós não podemos esperar que a Copa do Mundo seja um remédio para todos os males que têm no Estado de Mato Grosso. A Copa será uma oportunidade para os mato-grossenses de fazerem investimento e ganhar alguma coisa. Agora dizer que ela vai resolver o problema de cidade que está estagnada e que não tem atividade econômica, eu não arriscaria a dizer isso.
Confira a íntegra da entrevista no site Copa no Pantanal (copanopantanal.com.br)
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