Alencar se aposenta no próximo mês; Sérgio vai para TCE
Com menos de cinco anos no Pleno do Tribunal de Contas, o conselheiro Alencar Soares já se prepara para se aposentar prematuramente. Ex-deputado estadual que tinha base eleitoral na região de Barra do Garças, ele vai para a inatividade já no próximo mês. É mais um que, diante do "assédio" e de negociações de bastidores pelo cargo vitalício, resolve ceder às "pressões" e se aposenta antes de completar 70 anos. Sua cadeira já está negociada para o deputado Sérgio Ricardo (PR), ex-presidente e hoje primeiro-secretário da Assembleia. O acordo que já tinha sido "amarrado" desde a eleição da Mesa Diretora em fevereiro deste ano foi fechado nos últimos 15 dias, durante o período de recesso parlamentar. Os deputados retomam às sessões ordinárias a partir desta terça, já com a notícia de que, dentro de 30 dias, vão votar o projeto que "promoverá" mais um colega para o TCE.
A saída de Sérgio da AL abre espaço na Mesa ao democrata Dilceu Dal Bosco, que passa a ser o primeiro-secretário, ou seja, o ordenador de despesas. Assim, junto com o presidente José Riva (PP), Dal Bosco vai controlar aproximadamente R$ 18 milhões do duodécimo mensal. Os acordos de bastidores contaram com outras ajudas por causa de interesses pessoais, como do suplente Roberto França (sem partido). Acontece que a nomeação de Sérgio beneficia também França que "sobe" na escala de suplentes e tem mais chance de continuar legislando, além de eliminar mais um concorrente na Baixada Cuiabana na disputa por cadeira na AL em 2010.
Enquanto isso, Sérgio, derrotado para prefeito da Capital em 2004, vai ocupar um dos cargos públicos mais cobiçados. Se juntará ao recém-nomeado conselheiro Campos Neto, que era deputado e entrou na vaga do próprio pai Ary Leite de Campos. O Pleno tem 7 conselheiros. Somente no governo Blairo Maggi, que começou em 2003, quatro pessoas foram "promovidas" para o TCE. Alencar Soares, Humberto Bosaipo, Waldir Teis e Campos Neto. Ex-vereador e no segundo mandato de deputado, Sérgio será o quinto da atual administração estadual a ocupar o cargo vitalício destinado a pessoas que precisam ter reputação ilibada e notório saber técnico e jurídico. Fora uma série de outros privilégios e regalias, ele ganhará R$ 22 mil mensais para fiscalizar e emitir parecer às contas públicas.
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