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Politica Brasil
Terça - 04 de Agosto de 2009 às 11:26
Por: Andréa Haddad e Patrícia Sanch

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Numa reunião na segunda com o colega parlamentar Francisco Vuolo (PR), o vereador Ralf Leite (PRTB) comunicou que havia fechado acordão com um grupo de 9 colegas no sentido de não só salvar o seu mandato, como também de Lutero Ponce (PMDB), outro que está enrolado com a denúncia de que, enquanto presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, entre 2007 e 2008, teria promovido um rombo superior a R$ 7 milhões. Na sessão de quinta, a Mesa Diretora colocará na pauta os processos contra Ralf e Lutero. O clima seria de cassação dos dois até chegar aos ouvidos do público que acompanha a sessão desta terça a informação de que os parlamentares fizeram um novo acordão, dentro da operação abafa.

O único temor agora de Ralf e Lutero é quanto à orientação da direção do PSDB, que conta com quatro vereadores, sendo eles Paulo Borges, Roosevelt Coelho, Lueci Ramos e Antonio Fernades. A presidência regional da legenda, sob o prefeito cuiabano Wilson Santos, orientou os quatro a votarem em bloco e pela perda do mandato dos dois investigados. Nesse caso, por força da regra pró-fidelidade, quem contrariar orientação partidária corre risco de perder a cadeira de vereador. Lueci Ramos, uma das defensoras da manutenção dos mandatos de Ralf e Lutero, por exemplo, se vê agora na berlinda.

Lutero não está nem aí para as acusações e muito menos com o risco de ser cassado. Ele encontrou nos corredores da Câmara nesta terça, momentos antes do início da sessão, com Antonio Cavalcanti, o Ceará, coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O peemedebista comentou, de forma irônica, que de nada adiantaria Ceará liderar movimento, como o de lavagem da frente da Câmara na quinta-feira, porque já existe acordo para não haver cassação de mandato.

São necessários pelo menos 10 dos 19 votos dos vereadores para se aprovar a proposta de votação aberta e depois do relatório da Comissão de Ética que pede a cassação de Ralf, acusado de cometer quebra de decoro devido ao flagrante de ato libidinoso com um menor travesti e por ter desacatado os PMs que detiveram-no. No caso de Lutero, o pedido é para abertura de investigação e exige-se também o mínimo de 10 votos. O grupo que participa da operação abafa inclui Lueci, Levi de Andrade, Ivan Evangelista, Chico 2000, Francisco Vuolo e os próprios Lutero e Ralf.

Se Lutero vier a ser cassado, sua cadeira fica com o primeiro suplente do PMDB, empresário Arnaldo da Penha, que teve 3.476 votos nas urnas de 2008. Na hipótese da perda do mandato de Ralf, assume Antonio Cesar da Silva, o Totó Cesar (PRTB), que obteve 3.045 votos. (Romilson Dourado e Patrícia Sanches)

(11h58) - Deucimar garante que Câmara aprecia na 5ª pedidos contra Ralf e Lutero

Diante das especulações de que vereadores da Câmara de Cuiabá apreciariam nesta terça (4) o pedido de cassação do mandato de Ralf Leite (PRTB), o presidente da Mesa Diretora, Deucimar Silva (PP), garantiu que a votação do relatório da Comissão de Ética, que emitiu parecer favorável à perda do cargo pelo parlamentar, só será votado na quinta (6). “Já tinha notificado o vereador de que o relatório, que pede a cassação dele, entraria na pauta da sessão de quinta e, diante disso, achei por bem manter a data”, esclareceu o presidente.

Ele confirmou que, no início da sessão, os vereadores vão participar de uma votação aberta para definir se o julgamento do relatório da Comissão será secreto. Nesse caso, Ralf precisa de dois terços, o equivalente a 14 votos, para que a apreciação do parecer não seja de conhecimento público. Definida a forma de proferir os votos, o vereador terá 2 horas para fazer a defesa. Em seguida, o plenário aprecia o pedido de cassação. São necessários 10 votos, maioria absoluta, para que o parlamentar perca o cargo por quebra de decoro parlamentar.

No mesmo dia, Deucimar pretende levar a plenário o pedido de abertura de CPI para investigar o “rombo” superior a R$ 7,5 milhões, apontado pela Delegacia Fazendária, durante a gestão do vereador Lutero Ponce (PMDB) à frente da Mesa Diretora. Caso 10 vereadores votem a favor, será instalada a CPI da gestão Lutero e, em seguida, vão ser escolhidos os membros que vão compor a Comissão. (Andréa Haddad e Patrícia Sanches)

(12h) - Após escândalos, três seguranças "escoltam" presidente do Legislativo cuiabano

Numa cena curiosa, o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Deucimar Silva (PP), chegou à sessão desta terça (4) acompanhado por três seguranças do serviço de inteligência da Polícia Civil. Segundo ele, por determinação judicial, toda a família deveria ficar sob a escolta de profissionais habilitados. “Mas dispensei o restante dos policiais. Três está bom”, avaliou. Antes de pedir auxílio ao Estado para garantir sua integridade física, Deucimar teve a casa invadida por assaltantes, que levaram apenas uma pasta contendo documentos e um notebook.

Outros episódios no mínimo “estranhos” motivaram o pedido formulado à secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (sejusp). A Câmara de Cuiabá foi invadida por 7 assaltantes. Eles renderam os dois vigilantes, roubaram CPU com as imagens do circuito interno, vasculharam gavetas e armários de gabinetes e das salas do cerimonial, protocolo, almoxarifado e serviços gerais. Para completar a onda de terrorismo, houve o misterioso furto de um notebook no departamento jurídico da Câmara. Deucimar disse ainda que estava sendo perseguido por pessoas estranhas.

As precauções quanto à integridade física do presidente deve-se ao fato de que, numa demonstração de coragem, ele levou adiante as investigações de quebra de decoro parlamentar por parte do vereador Ralf Leite (PRTB). Nesta quinta (6), Deucimar pode presidir a primeira sessão da história do Legislativo em que um vereador é cassado. Na mesma sessão, os vereadores devem apreciar o pedido de instalação da CPI da gestão Lutero Ponce (PMDB), que se tornou o principal desafeto do presidente. Isto porque, ao assumir a presidência, Deucimar contratou uma auditoria externa para apurar supostas irregularidades na gestão anterior. Na ocasião, os auditores apontaram “rombo” de R$ 3,5 milhões nos cofres da Casa, durante o período em que Lutero esteve na presidência. (Andréa Haddad e Patrícia Sanches)





Fonte: RD News

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