“Nunca fui desonesto”, sustenta Paulo Prado
Ex-procurador-geral comemora decisão da Justiça que determinou arquivamento de denúncia de improbidade e evita polemizar questão
O ex-procurador-geral de justiça de Mato Grosso Paulo Prado faz uma defesa dos 20 anos de serviço público ao avaliar a decisão do juiz substituto da 1ª Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular, Roberto Teixeira Seror, que determinou o arquivamento de pedido de ação por improbidade administrativa movido contra si pelo promotor de justiça Mauro Zaque. “Eu trabalho há 20 anos no Ministério Público Estadual (MPE) e se algum dia eu cometi algum erro na minha carreira, jamais foi por desonestidade nem atos de corrupção”, posicionou-se Prado, em entrevista ao Diário.
“Acho que o juiz [Roberto Seror] foi imparcial. O Poder Judiciário deu a resposta para a sociedade sobre isso tudo”, declara o procurador, sem entrar em detalhes sobre a ação proposta pelo colega de MPE Mauro Zaque, da Promotoria de Defesa do Patrimônio e Probidade Administrativa.
Na denúncia, Mauro Zaque sustentava que Paulo Prado cometeu atos de improbidade administrativa na gestão, quando seu ex-assessor Paulo Müller teve supostamente o aluguel de um veículo pago pela Construtora IP, empresa que trabalha na construção da nova sede das Promotorias de Justiça da Capital. Anteontem, o juiz substituto da Vara competente rejeitou a denúncia sob o argumento de que o caso não dispunha de provas e testemunhas contundentes para a abertura de processo civil por improbidade administrativa.
No entanto, o Ministério Público pode recorrer da decisão do magistrado. Procurado pela reportagem, o MPE informou que ainda não havia sido notificado sobre a decisão do juiz. Depois da notificação oficial, a questão será analisada por uma equipe do órgão para que então decida se vai ou não recorrer da decisão.
Questionado sobre uma possível motivação política envolvendo a denúncia movida pelo promotor Mauro Zaque, tese que chegou a ser aventada nos bastidores do MPE e da imprensa, Paulo Prado preferiu não polemizar. Ele se restringe a afirmar que acredita no trabalho de todos os colegas de Ministério Público.
“Estou no MP há 20 anos e eu garanto que nunca se ouviu falar em Paulo Prado envolvido em corrupção, ou que Paulo Prado é fazendeiro, que Paulo Prado é dono disso ou daquilo ou que Paulo Prado anda de Ferrari. Eu tenho um carro ano 2001, minha esposa tem um carro ano 2005 e eu tenho um apartamento financiado”, argumentou o ex-procurador-geral de Justiça, que hoje atua como chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, que já foi comandado por Mauro Zaque.
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