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Politica Brasil
Segunda - 27 de Julho de 2009 às 08:30
Por: Andréa Haddad

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O ex-presidente do Tribunal de Justiça (2007/2009), desembargador Paulo Lessa, alegou, em documento encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o seu sucessor Mariano Travassos agiu de má-fé e de forma maliciosa ao informar ao órgão de controle externo que ele (Lessa) autorizou pagamentos de verbas irregulares. “A má-fé é tanta que o denunciante (Travassos) não cuidou em informar a quais exercícios tais pagamentos se referiram. Da forma como colocado, faz parecer que o informante (Lessa) deferiu quatro abonos pecuniários referentes ao exercício de 2007”, reagiu, numa referência ao pagamento de gratificação à esposa e servidora aposentada Déa Maria de Barros e Lessa. A troca de farpas, agora envolvendo os desembargadores Lessa e Travassos, é mais um capítulo de uma triste novela no Poder Judiciário mato-grossense, tendo como protagonistas de denúncias e escândalos juízes e desembargadores.

Na resposta ao CNJ, Lessa bate duro em Travassos. “Para não restar dúvidas acerca dos fatos e também para comprovar que é absurdo o quantum afirmado ter sido recebido pela servidora Déa M. B. Lessa, faz juntar cópia do requerimento (anexou ao documento em que faz sua defesa ao CNJ) em que ela solicita ao atual presidente certidão discriminada acerca dos créditos pendentes que recebeu”. Segundo o ex-presidente, Travassos fez cálculos errados de forma proposital. Lessa destaca também que dois filhos de Travassos, os servidores do TJ Leonardo Leventi Travassos e Paulo Renato Leventi Travassos, também receberam créditos pendentes a que teriam direito na gestão do ex-presidente.

Num outro trecho, Lessa questiona o presidente do TJ. "(...) Ressalta o denunciante (Travassos) estar despido de qualquer opinião ou julgamento de cunho pessoal sobre o anterior presidente do TJ/MT (Lessa) ou sobre servidores envolvidos, mas esqueceu-se, propositadamente, usando o princípio da impessoalidade como escudo protetor, de mencionar os nomes de Leonardo Leventi Travassos e Paulo Renato Leventi Travassos, seus filhos, (...) bem como de Suseth Terezinha Taques Lazarini e Eva Lopes de Jesus, diretora-geral e vice-diretora-geral de sua gestão, dentre outros servidores que compõem sua equipe de confiança, os quais, como os citados em seu esdrúxulo relatório, também receberam créditos pendentes a que faziam jus na gestão do ora subscritor (Lessa)”.

Segundo o ex-presidente, Travassos enviou ao CNJ relatórios e planilhas com dados inverídicos. “O que (...) Travassos fez foi uma verdadeira invasão de privacidade, expondo a individualidade remuneratória de vários servidores deste poder, com a demonstração de dados inverídicos, cálculos forjados e muita confusão na apresentação desses cálculos. Além do que aumentou o quantum recebido pelos servidores”. Ao final, Lessa demonstra consultas feitas ao Tribunal de Contas do Estado antes de liberar os pagamentos das gratificações entre 2007 e 2009. Também cobra de Travassos a apresentação de certidão detalhada dos valores brutos pagos na gestão anterior e que, segundo o atual presidente, são irregulares.





Fonte: RD News

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