Secretário elogia gestão Maggi e desqualifica antecessores
O secretário estadual de Administração Geraldo de Vitto, em entrevista ao Ponto de Vista, da TV Rondon (Rede TV!) neste domingo à noite, rasgou elogios de forma exagerada ao governo Blairo Maggi. Questionado por um telespectador se o concurso público para mais de 10 mil vagas, algo inédito da estrutura da máquina estatal, seria uma ação eleitoreira, Vitto assegurou que "não" e passou a discorrer sobre as ações da administração Maggi enquanto, ao mesmo tempo, fazia comparativo e desqualificava os governos anteriores. "A marca deste governo é o trabalho", declarou o secretário, que integra a turma da botina. Da forma que se expressou é como se Maggi, que ocupa a cadeira de governador desde janeiro de 2003, tivesse resolvido todos os problemas no âmbito na gestão pública e os gestores anteriores não tivessem trabalhado.
Menos Geraldo de Vitto, mesmo estando na defesa de um governo e do próprio emprego. De todo modo, são perceptíveis projetos importantes que avançaram na gestão Maggi, principalmente nas áreas de infraestrutura e habitação. Por outro lado, o governo patina e enfrenta problemas, assim como nos demais Estados, nos setores de segurança, meio ambiente e no social. Cada governador e equipe puxam a sardinha para si. Depois surgem outros. Não adianta inventar a roda. Os projetos macro do governo Maggi estão ganhando boa repercussão e aceitação por ao menos duas razões. Primeiro, por estar em evidência, ou seja, é quem comanda o Estado hoje. Segundo, consegue tirar proveito na execução prática dos projetos porque os antecessores foram ruins ou incompetentes em várias áreas.
Nos 8 anos de governo, Dante de Oliveira (já falecido), por exemplo, não construiu 50 casas populares. Foi uma vergonha nesse setor. Por outro lado, bateu duro junto ao governo federal para o Estado sair do déficit energético e conseguiu reduzir o tamanho da máquina. Dante passou o mandato insistindo na necessidade de manter o equilíbrio fiscal e exonerou quase 10 mil servidores. Os feitos de Dante caíram no esquecimento.
É de praxe o sucessor ignorar bônus e propagar negativamente o ônus. Antes de Dante, Mato Grosso esteve sob Jayme Campos (ex-PFL e hoje DEM). A gestão do hoje senador é lembrada como de alguém que inchou a máquina e que deixou quase três folhas salariais em atraso. Chegará a vez dos sucessores de Maggi fazerem igual no ritmo de uma engrenagem em que poucos são lembrados pelos bons feitos, inclusive a maioria dos eleitores.
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