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Politica Brasil
Sexta - 24 de Julho de 2009 às 21:00
Por: Andréa Haddad

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Os prefeitos de São Félix do Araguaia, Filemon Limoneiro (PPS), e de Alto Boa Vista, Aldecides Milhomens (DEM), afirmaram nesta sexta (24) que vão processar a Prelazia de São Félix do Araguaia e o juiz federal Julier Sebastião da Silva por calúnia e difamação. Eles foram denunciados pelo bispo emérito de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, por suposto envolvimento com o homem apontado pela Polícia Federal como um dos responsáveis pelo esquema de grilagem de terras na região do Vale do Araguaia, Gilberto Luiz Rezende, o Gilbertão. “Estou abismado com estas afirmações inverídicas sobre a minha pessoa. Nunca me envolvi em grilagem de terras, apenas temos posicionamento político em defesa dos trabalhadores da Suiá-Missú”, disse Filemon ao RDNews.

O socialista sustentou que há pessoas interessadas na desapropriação da fazenda e consequente expulsão dos trabalhadores da área. Também argumentou que teve o nome envolvido na denúncia, assim como os do prefeito de Alto Boa Vista e do ex-prefeito de Porto Alegre do Norte, Luiz Carlos Machado (PRP), o Luiz Bang, por ter um posicionamento político contrário ao defendido por Casaldáliga. “Usaram os nomes de políticos que disputaram eleição contra candidatos apoiados pela Prelazia. Eles querem forçar uma desocupação da Fazenda Suiá-Missú e nós defendemos os trabalhadores. Nunca me envolvi em grilagem de terras, não se pode acusar pessoas sem provas”, defendeu. Ele ressaltou que mora na região há 45 anos e há 25 é funcionário da Justiça.

O prefeito teceu críticas ao juiz Julier e alegou que não existe grilagem de terras na região, mas sim pessoas mal-intencionadas e com interesse na desapropriação da fazenda. “Acredito que o juiz não tenha lido o processo, pois não há grilagem de terras na região. Ele está equivocado e isto vai ser provado pelo nosso advogado. Acreditamos que a Justiça Federal seja um órgão sério, mas está deixando a desejar. Se o juiz continuar proferindo sentenças desta forma, daqui uns dias todos os cidadãos de bem poderão ser presos de uma hora para outra”, alegou Filemon.

Milhomens, por sua vez, assegurou que as denúncias não têm veracidade e que a Justiça Federal agiu de forma irresponsável. “Estão distorcendo os fatos para pressionar a Justiça a determinar a desapropriação da fazenda. Nunca vendi um palmo de terra e também nunca comprei. Ninguém grilou terras aqui”. Segundo ele, cerca de 10 mil pessoas moram na região da Fazenda Suiá-Missú e o processo de desapropriação da área está no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. “A Funasa tem interesse em criar uma reserva indígena no local e nós defendemos a permanência dos trabalhadores na fazenda. Tudo que o bispo disse é mentira”.

Ele também defendeu a idoneidade da escrevente do cartório de São Félix do Araguaia, Maria Elisabeth Carvalho, presa no início do mês pela Polícia Federal na Operação Pluma, por suposta confecção irregular de registro de lotes na Terra Indígena Marãwaitsede. “A cartorária não fez nada de errado, ela agiu dentro da lei ao cumprir uma determinação judicial. Os documentos, que a Polícia Federal diz que são falsificados, na verdade foram emitidos pelo governo do Estado”, disse.

O advogado dos prefeitos, Romes da Mota, reforçou que não há ligação entre os gestores públicos e os crimes praticados por grileiros e militares. “Eles (Filemon e Milhomens) apenas defendem os produtores rurais. Tudo que o bispo disse, de ponta a ponta, é mentira”, sustentou.





Fonte: RD News

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