Fagundes defende aliança PMDB-PR; Silval lança desafio

Enquanto em Cuiabá, o senador e pré-candidato Jayme Campos, em reunião da cúpula do DEM, cutucava o governo Blairo Maggi, defendia a ruptura com o PR e sinalizava para uma composição com o tucanato, em Guiratinga (a 320 km ao Sul da Capital) o deputado federal licenciado Wellington Fagundes, virtual candidato do PR ao Senado, saia em defesa de uma aliança com o PMDB, em apoio ao nome do vice-governador Silval Barbosa para o Palácio Paiaguás. Os dois atos simultâneos nesta sexta (24) já começam a dar o norte das composições rumo às eleições gerais de 2010.

Seguindo a conjuntura nacional, PSDB, DEM e PTB devem fechar alianças, levando os irmãos Jayme e Júlio Campos para o mesmo palanque do prefeito cuiabano Wilson Santos, candidato tucano à sucessão do governador Blairo Maggi. Já o PR caminha para acordo com o PMDB e deve levar junto o PT.

Em Guiratinga, Fagundes, que assume o comando regional do PR a partir de agosto, defendeu que o caminho natural do partido seja costurar aliança com o PMDB. "Assim como o PMDB nos apoiou na eleiçäo passada, inclusive indicando um vice companheiro e leal, não vejo problema em agora apoiarmos o candidato do PMDB", destacou o parlamentar, durante solenidade na AABB, sob observação de um grupo de pessoas. Silval estava presente, assim como o deputado federal e presidente regional da legenda peemedebista Carlos Bezerra, sua esposa Teté, vários ex-prefeitos da região Sul, os deputados estaduais Carlos Brito (PDT) e Jota Barreto (PR). O prefeito do DEM, Gilmar Mocellin, preferiu não discursar para não se comprometer em meio às brigas dos pré-candidatos por apoios políticos.

Já em pré-campanha, Fagundes reforçou que pretende concorrer ao Senado e que está buscando construir o projeto majoritário. Ele cumpre o quinto mandato de federal e já concorreu, sem sucesso, a Prefeitura de Rondonópolis por duas vezes. Em discurso, Silval Barbosa enalteceu a administração Maggi. "Quando fui candidato a deputado pela primeira vez, eu dizia nos palanques da minha região que dava um carro para quem me mostrasse uma obra do governo do Estado nos municípios do Nortão. Hoje, dou um carro para quem me provar que haja algum município de Mato Grosso que não tenha pelo menos duas obras novas do nosso governo", afirmou o peemedebista. Silval foi prefeito de Matupá e, ante conquistar a cadeira de vice-governador, exerceu três mandatos de deputado, inclusive vindo a presidir a Assembleia.

Na época de sua primeira candidatura à Assembleia, cuja referência foi enfatizada no discurso desta sexta, o governador era o tucano Dante de Oliveira (já falecido), que comandou o Estado por oito anos. À época, Silval surgia como defensor ferrenho do projeto por nova divisão territorial de Mato Grosso. Hoje, nem toca mais no assunto. Para ele, a proposta já foi "enterrada" por entender que o atual governo tirou o Nortão e outras regiões do estado de isolamento como se encontrava até o governo Dante.