Senador xinga Maggi, não quer saber do PR e prega ruptura
Ao descartar o PR, Jayme acenou, por outro lado, interesse em compor coligação com o PSDB, seguindo a tendência nacional. “Seria até estranho nos unirmos nacionalmente e, aqui, o Serra (José Serra, do PSDB) subir em dois palanques. Acredito, sim, em uma coligação com o PSDB”, analisa Jayme, apostando numa aliança DEM-PSDB. Outros partidos, segundo ele, que podem fazer parte da composição são PP, PSB e PDT. "Estou aberto para conversar com todos, menos com o PR. O clima está ruim. Nem mesmo os filiados querem essa união. Eles (do PR) não têm nada para nos oferecer".
Após reafirmar as críticas ao governo Maggi que, segudo Jayme, administra para uma meia dúzia de pessoas, e de comparar a segurança pública do Estado com a violência que ocorre no Iraque e na Colômbia, o senador disse que "é pré-candidato ao Palácio Paiaguás". Apesar disso, nos bastidores, ele "amarrou" pré-acordo com o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB) para, dentro do critério de pesquisas, definir o nome com melhor visibilidade eleitoral. “Vamos nessa. Aqui não tem marcha à ré”, esbravejou o cacique democrata, sob aplausos. Em seguida, Jayme mandou recado a Maggi: “Quando disputei o Senado, tive mais voto que Maggi em 66 cidades. Acho que isso mostra que o povo gosta de mim”, ressaltou para, depois, frisar que pesquisas do Ibope apontam-no com 30% das intenções de voto. “E um detalhe: são votos cristalizados. Eu chego nos 40% rapidinho. O meu nome está lançado. Agora só depende de vocês (filiados do DEM)”, discursou.
Apesar do clima de euforia em torno do nome de Jayme e do discurso por ruptura com o PR, algumas lideranças do próprio DEM ignoraram o encontro. Os deputados estaduais Dilceu Dal Bosco, Wallace Guimarães, Gilmar Fabris e José Domingos não apareceram, sob a justificativa de que estão aproveitando o recesso parlamentar para atuar nas bases. Outro que tomou “chá de sumiço” foi o senador Gilberto Goellner. “O senador estava em Rondonópolis pronto para vir a Cuiabá, mas o tempo fechou e o vôo não pôde decolar”, alegou o presidente estadual do partido Oscar Ribeiro.
Em verdade, os deputados relutam em abandonar a base republicana. Muitos deles assumiram compromissos com o governo Maggi e têm interesses pessoais em permanecer unidos à base até o final da gestão, principalmente pela manutenção de diversos cargos na estrutura da máquina estatal. Questionado sobre se o DEM romperá ou não com a turma da botina, Jayme ponderou que “tudo é uma questão de tempo". "Vou sentar com os deputados para decidirmos se abandonamos de vez ou não a base que dá sustentação a Maggi”.
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