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Para o Senado é bom ter um funcionário como eu, diz namorado da neta de Sarney
Nomeado por ato secreto para um cargo na Diretoria Geral, Bernardes foi deslocado para a área administrativa no serviço médico do Senado. Por lá, ele diz que trabalha oito horas diárias e não demonstra constrangimento com a divulgação dos áudios da Polícia Federal que indicariam que o presidente do Senado negociou sua contratação.
"Todos os parlamentares têm direito a cargos comissionados. São para pessoas de confiança. Não tenho parentesco com ninguém. Nem de terceiro grau. Não há ato ilícito nenhum", disse em entrevista à Folha Online.
O servidor afirmou que não pensa em deixar o trabalho na direção da SAMS (Secretaria de Assistência Médica e Social do Senado).
Sem querer comentar a ligação com Maria Beatriz Sarney, neta do presidente do Senado, Bernardes disse que não conquistou o cargo só pela indicação do peemedebista, mas também pelo currículo. Pessoas próximas a Bernardes dizem que o namoro terminou.
Formado em física e pós-graduado em contabilidade e economia na UNB (Universidade de Brasília), ele acredita que é gabaritado para a função.
"Sou um profissional altamente preparado, tanto por conta da minha formação universitária como da minha pós-graduação. Além disso, tenho experiência na iniciativa privada, como gerente administrativo e financeiro. Para a Casa, é bom ter um funcionário como eu", afirmou.
A tranquilidade de Bernardes com a indicação política é partilhada por outros servidores do Senado. Durante a entrevista, um médico esteve na sala da direção e se solidarizou com ele. Abraçou-o e falou para não ter vergonha de nada, que todo mundo foi indicado por alguém.
"Presto meu serviço com muita competência e excelência. Sou assíduo, trabalho todos os dias. Pode perguntar. Todos vão falar bem de mim", afirmou. O diretor da SAMS, o médico Paulo Ramalho, disse que não tem nenhuma queixa contra o funcionário. "Ele faz seu trabalho direitinho."
A contratação de Bernardes complicou a situação de Sarney. O PSDB vai apresentar uma representação contra o peemedebista no Conselho de Ética pela interferência a favor da nomeação dele. O DEM também discute uma representação pelo mesmo motivo. O PT defendeu o afastamento de Sarney e considerou "graves" as acusações.
Diretoria Geral da Casa informou que o servidor deve ser demitido. Bernardes é um dos 218 funcionários identificados pela comissão que foi criada por Sarney para analisar a anulação dos atos secretos.
A expectativa é que ele seja exonerado com os outros servidores em até 20 dias, quando termina o prazo para que a comissão conclua os trabalhos e apresente um relatório final com recomendações sobre a revogação das decisões administrativas que foram mantidas em sigilo nos últimos 14 anos.
A demissão depende do cruzamento de dados da lista de atos secretos com os diários do Senado. Nesta semana, a diretoria geral identificou que, das 663 decisões administrativas mantidas em sigilo, 152 cumpriram parte das exigências constitucionais. Caso a nomeação de Bernardes seja apontada como correta, a exoneração dependerá do diretor-geral Haroldo Tajra.
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