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Politica Brasil
Quinta - 23 de Julho de 2009 às 02:35
Por: Rosa Costa

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A revelação dos diálogos gravados pela Polícia Federal, em que José Sarney (PMDB-AP), e o filho dele, o empresário Fernando Sarney, aparecem negociando um emprego para o namorado da neta do senador, agravou a situação política do presidente da Casa, que já é alvo de quatro denúncias no Conselho de Ética. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), voltou atrás e, depois de ouvir os áudios da prática de nepotismo, decidiu apresentar a quinta denúncia contra Sarney. O líder do DEM, senador José Agripino (RN), disse que vai propor à bancada que também represente contra Sarney no Conselho de Ética, caso o presidente da Casa não apresente justificativa convincente para as conversas reveladas pelo jornal "O Estado de S.Paulo".

Para Agripino, os diálogos da família Sarney são "motivo de sobra" para uma representação contra o presidente do Senado. Segundo ele, fica patente a "intimidade" da família com fatos que estão sendo investigados no Senado, como é o caso do uso de atos secretos para nomear parentes. "São fatos graves que revelam uma relação administrativa inconveniente e reprovável", alegou.

"Fica evidenciada a intenção do senhor Agaciel Maia (ex-diretor geral do Senado) de patrocinar interesse privado perante a administração pública, valendo da condição de funcionário público", acrescentou o líder dos tucanos. Virgílio referiu-se aos diálogos em que Sarney e o filho, Fernando, acertam a ajuda de Agaciel para nomear Henrique Bernardes, namorado da neta, Maria Beatriz, para a vaga do meio-irmão dela, Bernardo Brandão. A exoneração e a contratação foram efetivadas por meio de atos secretos. "Os diálogos são um escárnio. Sarney não tem como ficar na presidência", disse o líder dos tucanos.

Para o ex-presidente do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), se confirmados os diálogos, a situação de Sarney "baixa para a insustentabilidade". Garibaldi acrescentou: "Não quero acirrar, mas de qualquer maneira isso agrava sua situação". O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), entende que chegou o "ponto final" de Sarney no comando do Senado. "Não tem mais como ele empurrar com a barriga, é esperar agora que reconheça isso e renuncie à presidência". Diante da evidências dos áudios gravados pela PF, ele disse que "agora, não é o disse que não disse, agora é a prova clara, transparente e robusta".

Três outras denúncias apresentada pelo PSDB e uma representação do PSOL já estão no Conselho, onde serão examinadas em agosto. Os partidos acusam Sarney de conivência com uma série de irregularidades detectadas no Senado, entre os quais está a prática dos atos secretos.





Fonte: AE

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