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Politica Brasil
Quarta - 22 de Julho de 2009 às 19:14
Por: Márcio Falcão

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A divulgação de gravações que indicariam a participação direta do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na edição dos atos secretos não mudou a disposição do peemedebista em permanecer no comando da instituição. Aliados dizem que Sarney não pensa em deixar o cargo. O vice-líder do governo, Gim Argello (PTB-DF), minimizou nesta quarta-feira o impacto das denúncias contra o peemedebista e disse que a crise não evoluiu.

Segundo Argello --que se tornou um dos principais estrategistas de Sarney para enfrentar a crise--, as acusações contra o presidente do Senado são desdobramentos das primeiras denúncias. "A crise não evoluiu. Cada dia aparece mais do mesmo", afirmou.

O vice-líder do governo disse que Sarney resiste em permanecer no cargo porque tem apoio político na Casa e avalia que este é o melhor caminho para contornar a crise. "O presidente Sarney tem pelo menos 50 anos de vida política. O que ele tem de mandato é mais do que eu tenho de idade e ele acredita que continuar no comando do Senado é o melhor para sairmos desse momento turbulento", disse.

Para Argello, os senadores devem deixar para discutir a situação de Sarney no Conselho de Ética. O vice-líder avalia que a iniciativa do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) de pedir uma espécie de plebiscito para que os 81 senadores decidam sobre a permanência de Sarney não vai ganhar fôlego. "O conselho é a melhor instância para resolver essa questão", disse.

Sarney foi levado ao Conselho de Ética pelo PSOL e pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Ele foi denunciado por causa da edição dos atos secretos e também pela suspeita de ter usado o cargo para interferir a favor da fundação que leva seu nome e por favorecer um neto que mantinha negócios com Senado.

O líder tucano prometeu nesta quarta-feira entregar uma nova denúncia contra Sarney depois que foi divulgada gravações telefônicas que indicariam sua participação nos atos secretos ao pedir ao então diretor-geral da Casa Agaciel Maia a nomeação do namorado de sua neta.

No dia 17, o presidente do Senado aproveitou a última sessão da Casa antes do recesso parlamentar para tentar minimizar os efeitos da crise na Casa Legislativa. Ele disse ser perseguido pela imprensa, mas garantiu que reerguerá a imagem do Senado.

"Nas três vezes [que assumi a presidência], encontrei o Senado em crise. Reergui-o nas três ocasiões", afirmou. "Os insultos e ameaças não me amedrontaram e não me amedrontam", reiterou.

Sarney se defendeu afirmando que jamais praticou um ato que não fosse amparado em sua conduta ética. "Meu trabalho exige a sedimentação de uma profunda consciência moral de minhas responsabilidades, a obstinada decisão de não cometer erros e jamais aceitar qualquer arranhão nos procedimentos éticos que devem nortear minha conduta. Não são palavras. São 50 anos de assim proceder."





Fonte: Folha Online

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