Câmara de Cuiabá não desiste de cassar Ralf Leite
Mesa Diretora recorre hoje no Tribunal de Justiça da decisão de desembargadora que beneficia vereador acusados de escândalos
A Câmara de Cuiabá vai insistir no julgamento do vereador Ralf Leite (PRTB) por falta de decoro, já que ele foi preso ao praticar sexo com um travesti menor de idade em Várzea Grande. Por isso, recorre hoje ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT) e espera derrubar a proibição de realização do procedimento até o início da sessão que acontece a partir das 9h de amanhã.
A Câmara vai recorrer ao TJ por meio de uma contestação que será apresentada pelo advogado da Casa, Lauro da Mata. Ele tenta dar continuidade ao julgamento de perda de mandato com argumento de que o pedido da Comissão de Ética não teria nenhuma irregularidade, como acusa o parlamentar.
"O processo está regular e vamos mostrar isso ao TJ. Temos a obrigação de contestar essa decisão e derrubar essa liminar", afirmou Lauro, se referindo à liminar concedida a Ralf por meio de uma ação cautelar incidental julgada pela desembargadora Clarice Claudino da Silva na segunda-feira e que acabou pegando de surpresa o Legislativo, que planejava julgar o processo na manhã de ontem.
A decisão da desembargadora dominou grande parte das discussões de ontem na Câmara. O vereador Toninho de Souza (PDT) usou a tribuna para questionar a proibição do julgamento. "A população tem que entender que nós tentamos trabalhar, mas a Justiça não deixa. Tem que entender ainda que estamos fazendo um processo político e não um processo criminal". O vereador Everton Pop (PP), presidente da Comissão de Ética, também criticou a proibição. Alega que o Legislativo tem que encerrar o caso independente do resultado para se dedicar a outros assuntos.
A decisão da desembargadora atende a uma ação cautelar impetrada pela defesa de Ralf, que impetrou ao todo seis recursos para suspender o julgamento até a apreciação dos embargos opostos.
Outro lado - Responsável pela defesa de Ralf, Alfredo Gonzaga preferiu não polemizar a batalha jurídica que trava com a Câmara de Cuiabá, mas voltou a alegar que o processo da Comissão de Ética é viciado.
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